terça-feira, 30 de março de 2010

Características da Erotização na Sociedade Contemporânea


A ênfase sobre sexo está em qualquer lugar para onde olhamos. Somos bombardeados com imagens de conteúdo sexual através de propagandas, programas de TV, músicas, vídeos, internet, conversas, etc. É incontestável que o erotismo vende, atrai a mídia, inspira e excita. Todavia, grande parte da informação emitida sobre essa matéria é confusa e conflitante com os princípios para uma sociedade saudável e nem todos estão cientes do que realmente estão comprando. A força do sexo distorcido pode ser usada para corromper princípios morais e éticos, e destruir vidas e relacionamentos.
O processo de erotização da sociedade pode ser observado a partir dos seguintes dados: Em dezembro de 2004, a Polícia Federal apreendeu 166 CDs e dois computadores, que continham mais de 560 mil fotos de pornografia infantil, na casa de um professor de artes marciais, em Volta Redonda, RJ. Ele foi acusado de ter abusado sexualmente de pelo menos vinte crianças e de ter produzido, divulgado e trocado fotos e vídeos de menores no Brasil e no exterior. O conteúdo de algumas músicas em inglês e português é altamente pornográfico, pois de cada vinte letras, dezesseis falam de sexo e paixão. A Internet democratizou o mundo erótico. Segundo a ONG italiana Telefono Acorbalino, de 2002 a 2003, houve um aumento de 70,35% no número de sites com pornografia infantil. Pois uma das facilidades desse meio de acesso é o anonimato aparente.
O fato é que a sociedade contemporânea vivencia não apenas uma revolução, mas uma re-definição de seus valores morais. É bom lembrarmos da origem histórica da revolução sexual, através da liberação sexual de 1960 “faça amor, não faça guerra”; A invenção da pílula anticoncepcional; O crescimento da homossexualidade.
A intensidade do interesse sexual contemporâneo é visto em rodas de bate-papo, escolas, comercio e casas, usando a seguinte frase “tudo é permitido, desde que você não prejudique ninguém e tudo é justificado se traz felicidade”. Assim sexo passou a ser o centro da vida entre as pessoas a tal ponto que se alguém não tem uma vida sexual ativa, é um candidato forte a brincadeiras destrutivas nas conversas entre amigos e nas diversas classes sociais.
A pornografia passou a ser socialmente aceita e grandemente praticada na dimensão virtual. Sua aceitação tem sido divulgada através da TV, internet, jogos de computadores, jogos na internet, letras de música, video clips via telefones celulares. Esta aceitação é freqüentemente justificada como a necessidade de “apimentar” os relacionamentos e “quebrar” a rotina. Contudo, poucos refletem acerca daquilo que realmente estão ouvindo e olhando. Crianças tem presenciado o avanço e a ousadia dos comerciais de televisão onde tudo é “apimentado” pelo sexo.
A sociedade contemporânea vivencia também a normalização do comportamento homossexual. A cosmovisão homossexual tem sido celebrada como uma expressão da liberdade “sair do armário”, que implica em buscar seu direito a escolha. Isso não implica em apenas a aceitação de suas práticas, mas a celebração de sua condição. Assim essa cosmovisão homossexual coloca-se contraria ao padrão divino para a satisfação sexual, o qual envolve um homem e uma mulher, devidamente comprometidos “Não tendes lido que o Criador, desde o princípio, os fez homem e mulher e disse: Por esta causa deixará o homem pai e mãe e se unirá a sua mulher, tornando-se os dois uma só carne?” (Mt 19.4-5).
A ênfase na sexualidade está levando a “família tradicional” a destruição. Pois tradicionalmente o conceito de família envolve um elo de compromisso e afeto entre um marido, uma esposa e seus filhos, quando os têm. Esse conceito hoje já não é mais uma unanimidade entre as pessoas. O divórcio tem sido facilmente aceito na sociedade contemporânea, pois o conceito de pureza para o matrimônio tornou-se algo ultrapassado. Hoje há o sexo sem amor, pois o sexo virtual é sem compromisso, é egoísta. Para ter filho hoje em dia, basta à mulher ir ao laboratório, pois, a presença do cônjuge não é mais necessária, isso porque para mulher ser mãe hoje, não necessita ser casado, basto querer ser genitora. Assim, as novas famílias contemporâneas são re-estruturadas segundo a perspectiva de cada um.
Vivemos o desprezo pelos conceitos tradicionais sobre sexo. Existe hoje, uma opinião geral de que o chamado “sexo normal”, ou seja, o ato íntimo envolvendo um homem e uma mulher, é muito “monótono” e “arcaico” para uma geração acostumada a variedades e novidades. A influência da pornografia parece ter convencido grande parte da sociedade contemporânea de que tudo que é extravagante é o padrão a ser perseguido e seguido. Parece não haver quaisquer limites neste sentido, pois os meios de comunicação parecem glorificar o sexo grupal, e a bissexualidade. Neste sentido, há que se atentar para o fato de que uma das mensagens divulgadas pela pornografia é que tudo é válido desde que haja satisfação e prazer. Assim, não é incomum encontrar pessoas viciadas em pornografia que acha normal a prática da pedofilia, do incesto e até da bestialidade. O fato é que ênfase sobre sexo reduz a satisfação ao prazer sexual, porque propõe a redenção através do sexo, onde a adoração sexual conduz ao sacrifício humano.
Portanto, é importante salientarmos, que a necessidade que o homem e a mulher possuem um pelo outro, surge de uma relação fundamentada no ato criador de Deus (Gn 2.18), onde o que se pensa e se faz sexualmente tem conseqüências no ser total do individuo, nesta vida e na próxima. Porque para o cristão, o sexo envolve terna gratidão, devoção pessoal e responsabilidade gratificante para com Deus.



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