sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

ABENÇOAR OU AMALDIÇOAR?


Quando você chega ao seu trabalho, qual é normalmente a sua primeira palavra aos seus colegas? Para alguns já é um simples “bom dia”, “boa tarde” ou “boa noite”. Mas existem aqueles que nem mesmo isso consegue fazer antes de dizer algo que piore a vida daqueles que o ouvem. E qual é a sua palavra quando na escola, ou em uma visita familiar, ou nos seus círculos de amizades, ou com os pais e irmãos? Você contagia as pessoas com o seu bom humor ou com o seu mal humor?
O grande desafio para mim quando tinha que fazer uma redação era: “Como vou começar esse texto?” O “começo” é fundamental, pois é ele quem abre portas ou as fecha! Dificilmente alguém lerá alguma coisa até a metade para saber se vai ter interesse ou não em continuar. Da mesma forma, alguém pode muito bem ter interesse ou não na sua companhia de acordo com o que “lê” de suas expressões logo no primeiro encontro do dia. Logicamente nem tudo está perdido depois de uma frase mal colocada, mas o relacionamento fica um pouco comprometido. Enfim, será que vale a pena compartilhar o nosso estado antipático com aqueles que nos rodeiam? Que beneficio você vê em ser antipático?
Alguns teólogos vêem a carta aos Gálatas em um tom contundente e até agressivo, mas Paulo, apesar das expressões de correção, não se deixa levar apenas pelo propósito principal e consegue iniciar a carta saudando e abençoando a comunidade cristã da cidade de Galácia. É ali que ele ressalta sua motivação e deixa claro o seu amor pelos leitores. Ressalto, não há falsidade, mas há verdadeiro desejo de demonstrar que se trata de uma atitude de amor.
Talvez a grande questão seja definir quem você deve amar! E sem perceber você deixa de levar em conta um dos mandamentos que o Senhor Jesus nos deixou: “Ame ao seu próximo como a ti mesmo”. O Senhor Jesus deixou claro a medida do amor para com aqueles que lhe rodeiam.
Por isso, ame incondicionalmente, porque o amor é uma atitude, assim, deixe o seu humor de lado e seja obediente à Palavra de Deus. Esteja atento, pois o seu dia está começando e você pode ser a única Bíblia que muitos lêem. Escolha ser bênção ao invés de maldição, fale palavras que transmitam vida.
Ore nesse dia pedindo que Deus faça de você um reflexo do amor do Senhor Jesus para conosco. Peça que o Senhor o fortaleça a andar em obediência a Ele e assim certamente serás uma bênção na vida daqueles que te rodeiam.

domingo, 4 de dezembro de 2011

IMPEDIDO DE RECONHECER A CRISTO


O que nos impede de ver Cristo? Podemos responder esse questionamento observando alguns fatores no texto contido no Evangelho de João 20.1-29. O primeiro fator que nos impede de reconhecermos a Cristo é a nossa falta de Conhecimento Bíblico a respeito de Cristo (V.9). A frase “é preciso ver para crer”, é uma frase que não expressa uma verdade bíblica. Digo isso, porque a Bíblia mostra que o “crer” vem antes do “ver”. Porque a “fé” de convicção ocorre sem “ver” (Hb 11.1). Vir à igreja ou ser batizado, não significa que a pessoa “crê” de forma convicta. Foi isso, que ocorreu com os discípulos de Jesus. Pedro “viu”, porém não “creu”, e isso ocorreu, porque ele não tinha entendido o que as Escrituras falavam de Cristo. João o discípulo amado “viu” e “creu”, porém o crer de João não tinha convicção. É o mesmo de você crer nesse momento, que a Bíblia é a Palavra de Deus, porém nesse mesmo momento você faz o contrário que ela pede. A base da crença de João, não era naquilo que a Escritura falava a respeito da ressurreição de Cristo, pelo contrário, ele apenas creu que o corpo de Cristo tinha desaparecido. Isso fica claro, nos versículo 10 e 19, que mostra ele e Pedro voltando para casa da mesma maneira que estavam antes. O fato é que eles não creram na ressurreição de Cristo, porque ainda não tinham entendido as Escrituras. Não entenderam que Cristo tinha ressuscitado. Para que se cumprisse o que diz as Escrituras (Sl 16.8-11; Lc 24.25-27, 44-47). Erramos em conhecer quem Cristo é, quando deixamos de ler constantemente as Escrituras (Jo 5.39).
O segundo fator que nos impedi de reconhecermos a Cristo é o nosso Desespero Diante das Dificuldades (V.15). O desespero diante das dificuldades, nos impede de reconhecermos a Cristo como Senhor sobre todas as coisas. Isso ocorre, porque ficamos chorando e reclamando daquilo que perdemos ou não alcançamos, ao invés de buscarmos a Cristo. O “choro” nos impede de vermos a esperança, foi assim com Maria Madalena (v. 11,13 e 15). Por não ter entendido o que as Escrituras falavam, ela não tinha mais esperança, ela agiu igual os discípulos no caminho de Emáus, não conseguiam ver a Cristo em meio a sua dor (v.13 e 14 e Lc 24.15-16). Mas Jesus abre os nossos olhos, e transforma nossa tristeza em alegria (Jo 16.20). Isso ocorre quando de maneira especial e íntima Ele nos chama pelo nosso nome (v.16; Jo 10.3-4). E através da sua Palavra Ele nos fortalece (Lc 24.25-27 e 31-32).
O segundo fator que nos impedi de reconhecermos a Cristo é o Medo do que as Pessoas vão Pensar de Nós (V.19). O desespero nos leva a acreditar que os “homens”, são maiores do que Cristo Ressuscitado (v.18 e 19). Veja a influência dos homens na vida dos discípulos: Tinham medo de confessar sua fé em Cristo, e serem expulsos da sinagoga (Jo 12.42); Amavam mais aos homens do que a Deus (Jo 12.43); Temiam mais aos homens do que a Deus (Jo 16.32 e 20.10). Cristo quebrou esse medo dos discípulos, quebrando não as portas onde os discípulos estavam, mas quebrando a dureza do coração deles, aplicando a Palavra de Deus em seus corações (Ez 11.19-20).
A conclusão que temos para o nosso viver, é que devemos crer na Palavra de Deus sem ver, pois a fé que resulta do ouvir a Palavra de Deus é excelente (Jo 20.29-31; Rm 10.17).

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Como Glorificar a Deus no Trabalho


Está mensagem é do Pastor John Piper, extraída: www.blogfiel.com.b.
 Após duas semanas na Austrália, finalmente estou em casa. Estou transbordando de gratidão a Deus por Seus servos que lá estão, e pelo prazer de trabalhar juntamente com eles em Brisbane, Sidney e nas montanhas de Katoomba.
Uma das conferências intitulava-se Comprometidos e era destinada aos “jovens trabalhadores”, o que, em seu dialeto, significa jovens profissionais em ambiente de trabalho. Perguntaram-me, em uma entrevista, se considerava o foco desta conferência uma boa idéia. Respondi que sim, pois 1Coríntios 10.31 diz: “Portanto,quer comais quer bebais, ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus.”.
Então perguntaram: Como jovens trabalhadores podem glorificar a Deus no trabalho?
E eis a essência de minha resposta:
Dependência. Vá para o trabalho totalmente dependente de Deus (Provérbios 3.5-6; João 15.5). Sem o Senhor, você não pode sequer respirar, mover-se, pesar, sentir ou falar. Sem mencionar ser espiritualmente influente. Levante-se pela manhã e deixe que Deus saiba de seu desespero por Ele. Ore clamando por ajuda.
Integridade. Seja absoluta e meticulosamente honesto e merecedor de confiança em seu trabalho. Seja pontual. Pague o justo pelo dia de trabalho. “Não furtarás”. Muitas pessoas roubam seus empregadores tanto com sua indolência quanto com o roubo do dinheiro em caixa.
Habilidade. Seja bom naquilo que faz. Deus lhe agraciou não apenas com integridade, mas também, dando-lhe dons, habilidades. Valorize este dom e seja um bom administrador destas habilidades. O aperfeiçoamento nestas técnicas se constrói na dependência e na integridade.
Modelo.  À medida que você se tronar influente e oportuno,  molde a imagem de seu trabalho, de forma que as estruturas, políticas, expectativas e objetivos do mesmo sejam compatíveis com as de Cristo.
Impacto. Almeje ajudar à sua empresa a impactar de maneira construtiva ao ser e não destrutiva à alma. Algumas indústrias possuem um impacto destrutivo (como por exemplo, indústrias pornográficas, de apostas, aborto, trapaças, etc.). Entretanto, é possível ajudar muitas empresas a caminharem em uma direção que lhes propicie vida, sem arruinar a alma. Assim que tiver a oportunidade, trabalhe para isso.
Comunicação. Locais de trabalho são uma rede de relacionamentos. Estes só são possíveis através da comunicação. Introduza sua cosmovisão (visão do mundo) cristã às conversas do dia-a-dia. Não esconda sua luz debaixo de uma cesta de lixo. Coloque-a em evidência naturalmente, alegremente e de maneira cativante “os que amam a tua salvação digam sempre: O Senhor seja magnificado!” (Salmos 40.16).
Amor. Sirva aos outros. Seja aquele que se dispõe primeiro a comprar a pizza, a dar carona, etc. Desperte o interesse das outras pessoas no trabalho. Seja conhecido como aquele que se importa não apenas com as histórias alegres de fim de semana, mas com os fardos das pesadas e dolorosas manhãs de Segunda-feira. Ame seus colegas de trabalho e apresente a eles o grande Carregador de fardos, Jesus Cristo (Mt 11.28).
Dinheiro. O trabalho é o lugar onde você ganha (e gasta) dinheiro, sendo o mesmo inteiramente de Deus, e não seu. Você é um administrador. Transforme seu salário em uma enxurrada de generosidade na qual você administra o dinheiro pertencente a Deus. Não trabalhe para ganhar e assim, ter. Trabalhe para ganhar e assim ter o que dar e investir em obras que exaltem a Cristo. Faça com que seu dinheiro anuncie a Cristo como seu tesouro supremo.
Agradeça. Sempre dê graças a Deus pela vida, saúde, pelo trabalho e por Jesus. Seja uma pessoa grata no trabalho. Não esteja entre os que reclamam. Deixe que sua gratidão a Deus superabunde em um espírito humilde de gratidão a outros. Seja conhecido como alguém cheio de esperança, humilde e grato.
Há muitas outras coisas a dizer sobre glorificar a Deus no ambiente de trabalho. Mas isto é o começo. Adicione-as à lista à medida em que Deus lhe mostrar. A questão é: O que quer que faça, o que quer que coma, beba ou onde trabalhe, faça tudo para que Deus pareça tão grande quanto Ele verdadeiramente é (Cl 3.17).

domingo, 13 de novembro de 2011

CUIDADOS COM A VIDA COM DEUS


Ouvi na minha formatura do Seminário uma palavra do Rev. Augustus Nicodemus, sobre os 03 perigos que correm o servo do Senhor e na ocasião os pastores, que são as três barras: Barra do ouro; barra da saia e conhaque São João da Barra. No texto de 1Reis 11.1-13, há uma história de um grande homem de Deus, o mais sábio que já houve na história, o Grande Rei Salomão. História essa que teve um início um tanto conturbado, que foi concertada pelo Senhor, onde um maravilhoso presente de Deus fez toda diferença vida deste rei, que foi a sabedoria (1ª Reis 3). Este presente tirou certamente Salomão da mesmice dos reinados posteriores. Tudo caminhava bem, rico, poder, respeito e admiração de todos, requisitos fundamentais para um bom reinado. Porém, deixou de vigiar, um mal não só do presente século, mas que permeou toda a vida da Igreja de Cristo desde a sua constituição. O deixar de vigiar, levou Salomão a cometer os seguintes erros:
I - Casar-se com mulheres que o Senhor nunca autorizou. O Senhor nunca quis a união de seu povo por meio de casamento com outros povos, que não fosse povo do Senhor.
II – Praticar a poligamia, ou seja, casar-se com mais de uma mulher, e neste caso ele se casou com 700 mulheres. O Senhor disse: “Por isso, o homem se unirá a sua mulher, e os dois se tornarão uma só carne”. Gn. 2:21.
III – Ter concumbinas – ou seja, amantes, e não era uma, e sim 300 mulheres. Além de 699 erros oficiais, tinha outros 300 informais. Existem tipos de comportamentos que normalmente se esperam de incrédulos e não de servos do Senhor. Acredito que nem o mais canalha dos incrédulos do mundo teria ou teve a capacidade de cometer erros como o Grande Rei Salomão.
IV – Aceitar a Idolatria das Mulheres – Interessante isso na vida daquele que ouviu falar dos sofrimentos dos idólatras do passado, como tratava o Senhor sobre esse assunto, na maioria das vezes com a morte, como no caso de Acã, no período de peregrinação do deserto, e Salomão tenha aceitado essa condição dentro do seu lar.
V – Se dobrar diante dos ídolos. De todos os pecados cometidos, certamente esse foi o pior, o que causou mais tristeza ao Coração de Deus. Essa atitude trás a idéia de rejeição, de troca, de insatisfação.
Tudo isso teve conseqüências na vida do rei Salomão. Deus permitiu que seus inimigos se tornassem fortes; falou que seu reino seria divido, demonstração clara da insatisfação de Deus com Salomão.
Quais as lições que podemos tirar:
A – Mais importante do que começar uma vida com Deus, é terminá-la. Não é só as fotos do batismo, da profissão de fé, mas, o término de uma história onde as palavras do apóstolo Paulo são introduzidas na conclusão do livro da nossa vida escrito pelo próprio Deus “combati o bom combate, completei a carreira e guardei a fé”.
B – Devemos ter uma vida devocional diária, para que os muros da nossa alma esteja sempre fortalecidos para os dias maus. Ou seja, devemos estar sempre vigilantes, com a fé fortalecida, por meio de uma vida de leitura e meditação na Palavra de Deus e de oração.
Que o Senhor nos ajude a cuidarmos da nossa vida espiritual.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

O Amor não Maltrata


Nada irrita o outro tão rápido quanto à grosseria. Arrogância é dizer coisas desnecessárias ou fazer coisas desagradáveis para a pessoa ao nosso lado. Ser rude é ser inconveniente, constrangedor ou irritante. No casamento, isso poderia ser o falar grosseiro, certos comportamentos à mesa, ou o hábito de ser sarcástico. Apesar de convivermos com isso, ninguém gosta de estar com uma pessoa rude. Comportamentos rudes podem parecer insignificantes para a pessoa que é grosseira, mas é desagradável para aqueles que recebem a grosseria.
Como sempre, o amor tem algo a dizer sobre isso. Quando um homem é guiado pelo amor, ele se comporta intencionalmente de forma a fazer sua esposa se sentir confortável onde estiver. Se ela deseja amá-lo, ela irá propositadamente evitar coisas que o frustram ou causam desconforto para ele.
O ponto principal é que o amor verdadeiro presta atenção em seu comportamento. Adotar este conceito pode trazer refrigério ao seu casamento. Boas maneiras expressam para sua esposa ou para o seu marido: "Eu lhe valorizo o suficiente para exercitar autocontrole perto de você. Eu quero ser uma companhia agradável." Quando permitimos que o amor mude o nosso comportamento - mesmo que nos menores aspectos - restauramos uma atmosfera de honra em nosso relacionamento. As pessoas que praticam boa etiqueta tendem a aumentar o nível de respeito no ambiente onde se encontram.
Para a maioria, a etiqueta usada em casa é muito diferente da usada com amigos, e até mesmo com os estranhos. Podemos estar aos berros ou mal humorados, mas se a campainha tocar, abrimos a porta sorrindo e com muita gentileza. Mas, se nos desafiamos a amar, também iremos querer dar o melhor de nós. Se não deixarmos o amor nos motivar a fazer as mudanças necessárias em nosso comportamento, a qualidade do nosso casamento será atingida por conta disso.
As mulheres tendem a ser muito melhores em certos tipos de comportamento do que os homens, apesar de serem rudes de outras formas. O rei Salomão disse: "Melhor é viver num canto sob o telhado do que repartir a casa com uma mulher briguenta" (Provérbios 25.24). Mas, principalmente os homens, precisam aprender essa importante lição. A Bíblia diz: "Bem irá ao homem que se compadece" (Salmos 112.5). Um homem prudente sabe discernir o que é apropriado e, conseqüentemente, ajustar seu comportamento de acordo com a situação.
Há duas razões principais pelas quais as pessoas são rudes: ignorância e egoísmo. Com certeza, nenhuma das duas é boa. Uma criança nasce ignorante no que se refere à etiqueta, precisando de muita ajuda e treinamento. Os adultos, contudo, demonstram sua ignorância em outro nível. Sabemos as regras, mas podemos nos fazer de cegos sobre como as quebramos ou ser egocêntricos demais para nos importar. De fato, não percebemos o quão desagradáveis podemos ser.
Ponha-se à prova com essas perguntas:
Como o seu cônjuge se sente com o seu jeito de agir e falar com ele?
Como o seu comportamento afeta o senso de auto-estima e de importância do seu cônjuge?
Seu marido ou sua esposa diria que você é uma bênção, ou que você é condescendente e constrangedor?
Se você está pensando que o seu cônjuge, quem precisa ser trabalhado nesta área, você está provavelmente sofrendo de um caso grave de ignorância e egoísmo. Lembre-se, o amor não maltrata, mas leva você a um padrão mais elevado.
Você deseja que seu cônjuge pare de fazer coisas que lhe chateiam? Então, é hora de parar de fazer coisas que o chateiam. Você será reflexivo e amoroso o suficiente para descobrir e evitar o comportamento que torna a vida desagradável para seu (sua) companheiro (a)? Você aceitará o desafio de ser agradável?
Aqui estão três princípios norteadores para que você pratique a etiqueta em seu casamento:
Trate seu cônjuge da mesma maneira que você deseja ser tratado (Lucas 6.31).
Seja tão atencioso com o seu cônjuge quanto você é com estranhos ou com colegas de trabalho.
Considere o que o seu marido ou esposa lhe pediu para fazer ou não fazer. Se estiver em dúvida, então pergunte.
Peça ao seu cônjuge para lhe dizer três coisas sobre você que o deixam desconfortável e irritado. Faça isso sem atacá-lo e sem justificar seu comportamento. Preocupe-se apenas com a perspectiva dele.
Extraído do Livro Prova de Fogo

domingo, 6 de novembro de 2011

As Coisas Não São Tão Simples Como Parece


As coisas não são tão simples como parece. Dia 31 de outubro era comemorado os 494 anos da Reforma Protestante, porém o que foi lembrado neste dia por muitas escolas, principalmente escolas de inglês foi o “Halloween”. O interesante é que todo ano é a mesma história, ao término da última aula do mês de outubro, os professores relembram a todos os alunos para participarem da festa de Halloween a ser realizada na noite de 31 de outubro. Muitos professores chegam as classes de aula cheios de entusiasmo saudando a classe "Happy Halloween, class!", traduzindo "Feliz Halloween, turma!".
A festa de Halloween geralmente é realizada em um local todo decorado como se fosse uma casa mal-assombrada, coberto de plásticos e tecidos pretos e por vários desenhos escabrosos que lhe dão um aspecto de terror. Tudo isso parece muito tranqüilo, pois se é festa é momento de felicidade, é momento de extravazar, é o momento do adolescente “curtir”.
As coisas não são tão simples como parece. Será que Halloween é realmente uma festa feliz? Ou será que há ocultismo da pesada nas suas origens? Será que essa festa envolve celebrações fúnebres, consultas aos mortos, louvor à "divindade" da morte e negociatas com entidades do mundo tenebroso? Será que é um evento tão ingênuo como se diz?
Diante disso, gostaria de tecer algumas considerações a respeito deste evento, através de um artigo que estava lendo está semana do Pr. Wanderley Rangel Filho.
A origem do Halloween deve ser a primeira coisa a responder. O calendário da bruxaria resume-se no relacionamento da "Grande Deusa", representada pela Lua e que nunca morre, com seu filho, o "Deus Chifrudo", representado pelo Sol e que a cada ano nasce no dia 22 de dezembro e morre no dia 31 de outubro (ver em : Mistérios do Desconhecido: Bruxas e Bruxarias. Time-Life Books Inc. Edição em língua portuguesa publicada pela Abril Livros, página 123). Na bruxaria moderna, o dia 31 de outubro é o grande dia Samhain (festa), é uma palavra de origem celta para designar "O Senhor da Morte". Os celtas dedicavam esse último dia de outubro para celebrar a "Festa dos Mortos". Eles entendiam que nessa época tudo já floresceu e está perecendo ou adormecendo (no Hemisfério Norte): "O sol se debilita e o deus está à morte. Oportunamente, chega o ano novo da wicca, corporificando a fé de que toda morte traz o renascimento através da deusa" (ver em : Mistérios do Desconhecido: Bruxas e Bruxarias. Time-Life Books Inc. Edição em língua portuguesa publicada pela Abril Livros, página 123). Portanto, os professores de inglês, ao desejarem um "Happy Halloween!", estão, na verdade, desejando um "feliz" Samhain? Ou seja, uma "feliz" festa dos mortos? Um "feliz" ano novo da bruxaria? Um "feliz" dia da morte do "Deus Chifrudo"?
As coisas não são tão simples como parece. Se todo esse pacote é oriundo da religião celta e foi incorporado às doutrinas da bruxaria moderna, então precisamos conhecer mais sobre os celtas.
Os celtas viveram no período de Hallstatt, séculos VII a VI a.C (ver em: Grimassi, Raven, Os Mistérios Wiccanos (Antigas Origens e Ensinamentos). Editora Gaia, página 24). Durante o período de Hallstatt, os celtas espalharam-se pela Grã-Bretanha, Espanha e França. O ano novo deles começava no dia 1º de novembro. O festival iniciado na noite anterior homenageava Samhain, "O Senhor da Morte". Essa celebração marcava o início da estação de frio (no Hemisfério Norte), com menos períodos de sol e mais períodos de escuridão.
Os celtas acreditavam que durante as festividades de Samhain, os espíritos dos seus ancestrais sairiam dos campos gelados e dos túmulos para visitar suas casas e cabanas aquecidas. Os celtas criam que teriam de ser muito receptivos e agradáveis para com os espíritos, pois os bons espíritos supostamente protegeriam suas casas contra os maus espíritos durante aqueles meses de inverno.
Os celtas tinham medo do Samhain. Para agradar-lhe, os druidas, que eram os sacerdotes celtas, realizavam rituais macabros. Fogueiras (feitas de carvalhos por acreditarem ser essa uma árvore sagrada) eram acessas e sacrifícios eram feitos em homenagem aos deuses. Criminosos, prisioneiros e animais eram queimados vivos em oferenda às divindades. Os druidas criam que essa era a noite mais propícia para fazer previsões e adivinhações sobre o futuro. Essa era a única noite do ano onde a ajuda do "Senhor da Morte" era invocada para tais propósitos.
Um dos rituais para desvendar o futuro consistia da observação dos restos mortais dos animais e das pessoas sacrificadas. O formato do fígado do morto, em especial, era estudado para se fazer prognósticos acerca do novo ano que se iniciava. Essa prática ocultista aparece no Antigo Testamento sendo realizada pelo rei da Babilônia: "Porque o rei da Babilônia pára na encruzilhada, na entrada dos dois caminhos, para consultar os oráculos: sacode as flechas, interroga os ídolos do lar, examina o fígado" (Ezequiel 21.21).
Portanto, quando os professores de inglês desejam "Happy Halloween!" à classe, estão indiretamente desejando que seus alunos façam negociatas com espíritos do mundo sobrenatural que supostamente controlam os processos da natureza. E mais: que seus alunos e acalmem os espíritos maus, pedindo proteção aos espíritos bons durante aquele novo ano.
As coisas não são tão simples como parece. Vejamos alguns símbolos do Halloween. Com a migração dos ingleses, e especialmente dos irlandeses, para os Estados Unidos, no século XIX, Halloween foi pouco a pouco tornando-se popular na América.
a) "The Jack O’Lantern" (A Lanterna de Jack). Esse é o nome daquela abóbora esculpida com uma face demoníaca e iluminada por dentro. Conta-se uma história de que Jack era um irlandês todo errado, que gostava de aprontar com todo mundo e chegou a enganar até o próprio Satanás. Quando Jack morreu, não foi permitida sua entrada no céu, nem no inferno. Satanás jogou para ele uma vela para iluminar seu caminho pela terra. Jack acendeu a vela e a colocou dentro de um nabo, fazendo uma lanterna para si. Quando os irlandeses chegaram aos Estados Unidos, encontram uma carência de nabos e uma abundância de abóboras. Para manter a tradição durante o Halloween, passaram a utilizar abóboras no lugar de nabos.
b) "Apple-ducking [bobbing for apples]" (maçãs boiando). Esse é o nome de um ritual que foi incorporado às celebrações de Halloween depois que os celtas foram dominados pelos romanos. É uma homenagem a Pomona, a deusa dos frutos e das árvores, que era louvada na época da colheita (novembro). Os antigos geralmente a desenhavam sentada em uma cesta com frutos e flores. A maçã era uma fruta sagrada para a deusa. Maçãs ficavam boiando em um barril com água, enquanto as pessoas mergulhavam seu rosto nela tentando segurá-las com os dentes. Depois faziam adivinhações sobre o futuro, com base no formato da mordida.
c) "Trick or Treat" (Travessura ou Trato). Na noite de 31 de outubro, as crianças vão a vizinhança, fantasiadas de vários monstros, batem à porta e, ao abrir, elas falam: – "Trick or Treat?" (Travessura ou Trato). Se você responder "trick!", elas iniciam uma série de travessuras como sujar a grama em frente da casa com papéis e lixo, jogar ovos no terraço, além de saírem gritando ofensas ingênuas. Respondendo "treat!", as pessoas dão alguns doces e elas saem contentes e felizes em direção à próxima casa. Essas criancinhas simbolizam os espíritos dos mortos que supostamente vagueiam na noite procurando realizar maldades (travessuras) ou em busca de bom acolhimento (bons tratos). Os celtas deixavam comidas do lado de fora das casas para agradar os espíritos que passavam. Ao receberem as criancinhas ingênuas na porta de suas casas, as pessoas estão simbolicamente realizando negociatas com principados e potestades do mundo tenebroso, da mesma forma que os celtas faziam na Antigüidade.
Algumas pessoas afirmam que a tradição de "trick or treat" não retrocede aos celtas, sendo mais recente, introduzida pela Igreja Católica européia no século IX. Na noite anterior ao "Dia de Todos os Santos" (1º de novembro) alguns mendigos iam de porta em porta solicitando “soul cakes" (bolos das almas) em troca de rezas pelas almas dos finados daquela família. Quanto mais bolos recebiam, mais rezas faziam. Assim, em 43 d.C., os romanos dominaram os celtas e governaram sobre a Grã-Bretanha por cerca de 400 anos. Então, os conquistadores passaram a conviver com os rituais dos celtas. Durante séculos, a Igreja Católica Romana celebrava "O Dia de Todos os Mártires" em 13 de maio. O papa Gregório III (papado de 731-741), porém, dedicou a Capela de São Pedro, em Roma, a "todos os santos" no dia 1º de novembro. Assim, em 837, o papa Gregório IV introduziu a festa de "Todos os Santos" no calendário romano, tornando universal a sua celebração em 1º de novembro. A partir de então se deixou de celebrar o "Dia dos Mártires" em maio.
Na Inglaterra medieval esse festival católico ficou conhecido como "All Hallows Day" ("Dia de Todos os Santos"). A noite anterior ao 1º de novembro era chamada "Hallows Evening", abreviada "Hallows’ Eve" e, posteriormente, "Hallowe’en". Mais de um século após instituir o "Dia de Todos os Santos", a Igreja Católica, através da sua Abadia de Cluny, na França, determinou que o melhor dia para se comemorar o "Dia dos Mortos" era logo após o "Dia de Todos os Santos". Assim, ficou estabelecido o "Dia de Finados" no dia 2 de novembro. Para a Igreja Católica, a noite de "Hallowe’en", o "Dia de Todos os Santos" e o "Dia de Finados" são uma só seqüência e celebram coisas parecidas – a honra e a alma dos mortos! O catolicismo tenta fazer o "cristianismo" e o paganismo andarem de mãos dadas.
Portanto, meus queridos as coisas não são tão simples como parece. E você deve estar se perguntando ainda “o que há de tão ruim no Halloween?” E eu te pergunto “o que há de tão bom no Halloween?”. A resposta que eu te dou é nada de bom, pois, onde está a suposta felicidade transmitida pela festa de Samhain? Pessoalmente, não consigo enxergar nada além de trevas espirituais. Lembre-se que a festa de Samhain, era marcada pela angústia, pelo medo, pela depressão, além das piores crueldades e contatos com um mundo espiritualmente tenebroso. Nem os próprios celtas simpatizavam com a festa de Samhain. O Halloween leva os adolescentes e as crianças a se familiarizarem com o que é mal e desperta o que existe de pior dentro de cada adolescente e criança. O profeta Isaías nos adverte: "Quando vos disserem: Consultai os necromantes e os adivinhos, que chilreiam e murmuram, acaso, não consultará o povo ao seu Deus? A favor dos vivos se consultarão os mortos? À lei e ao testemunho! Se eles não falarem desta maneira, jamais verão a alva" (Isaías 8.19-20).
Meu querido, a opção é sua: consultar aqueles que tagarelam e consultam mortos e adivinhos ou confiar no que diz a Palavra do Senhor. A Bíblia é clara na opção que devemos seguir: "Não se achará entre ti quem faça passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro; nem encantador, nem necromante, nem mágico, nem quem consulte os mortos; pois todo aquele que faz tal coisa é abominação ao SENHOR; e por estas abominações o SENHOR, teu Deus, os lança de diante de ti. Perfeito serás para com o SENHOR, teu Deus" (Deuteronômio 18.10-13).
Não se esqueça que estamos vivendo em tempos de perversão coletiva, onde a face enganosa de Satanás se manifesta algumas vezes de forma descarada, mas muitas vezes sutilmente e camuflada por trás de um ingênuo "Happy Halloween!", e você diz “o que tem isso demais?”.
Querido as coisas não são tão simples como parece "Porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes" (Efésios 6.12).

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Sozinho na Multidão


A partir da experiência da Revolução Industrial na Europa do século XVIII, experimentamos o fenômeno da urbanização: as cidades como palco de um novo modo de vida. O problema é que não só o espaço geográfico mudou, as pessoas também. E foi a família quem recebeu o impacto dessa transformação. Antes, tínhamos uma vida pacata, sem grandes ambições, sem muita pressa. Assim, o pai cansado de um dia de trabalho na terra, voltava para seu lar e, reunindo-se com sua família, desfrutava de comunhão e descanso.
Agora, esse pai expulso da terra por causa da tecnologia que chegou ao campo, enfrenta a cidade. Nela, não apenas ele, mas também a esposa e os filhos vivem sob condições financeiramente absurdas, jornadas extensas de trabalho e habitação precária.
É claro que, três séculos depois, muita coisa mudou com a consolidação do capitalismo. Todavia uma trágica herança ficou: a desintegração da família. Esta, deixando de ser o núcleo central da sociedade, o ponto de referência onde todos os indivíduos antes convergiam, abre espaço para o individualismo.
Agora, na cidade, na multidão vivemos sozinhos! A família tornou-se apenas um “lugar” onde cada indivíduo vai para suprir apenas suas necessidades, como alimentação, repouso etc.
O homem – tão ocupado com as exigências econômicas e as necessidades fabricadas por uma mídia indutora de intenso consumo – já não tem mais tempo para conhecer os sonhos e necessidades reais da esposa e dos filhos.
A mulher – dizendo que “cuidar de casa, do esposo e dos filhos não dá futuro” (embora entendo que haja situações necessárias, entendo também que isso não é uma regra geral) – deixou de ser ponto de suporte ao lar, à família.
A criança – ora entregue na mais tenra idade às creches, ora sem a presença dos pais sempre ocupados – desde cedo experimentam essa “solidão no meio da multidão”.
E assim, temos a nova família configurada que, seguindo esse fluxo, se desintegra. Todavia, o que se torna ainda mais preocupante é que esse fenômeno se repete nas famílias do povo de Deus.
Ora, se nós somos povo de Deus, e se Ele nos exorta: “não vos amoldeis ao sistema deste mundo, mas sede transformada pela renovação das vossas mentes” (Rm. 12.2a KJ), por que simplesmente estamos fazendo o oposto? Por que o nosso padrão é exatamente o mesmo do mundo?
A família é um projeto de Deus. Há muitos textos na Palavra de Deus que se preocupam com ela. Aliás, desde o princípio Deus criou homem e mulher, e em uma relação harmoniosa.
Assim, marido e mulher “já não são mais dois, porém uma só carne” (Mt. 19.6), portanto não podem ter vidas independentes, nem viver sem um profundo conhecimento dos desejos, medos e sonhos mais íntimos do outro. E, como consequência, dos filhos também.
Sei que, infelizmente, muitas vezes não confrontamos os nossos comportamentos, nem questionamos “por que vivemos como vivemos?”. Mas, uma vez sabendo que o padrão que adotamos para a relação família/indivíduo é moldado pelo sistema deste mundo, nos resta convergirmos à Palavra de Deus, que é luz que ilumina nossos caminhos (Sl. 119.105). Portanto, nossa missão, como sal da terra e luz do mundo, é restaurarmos a família, a começar pela nossa.

sábado, 29 de outubro de 2011

A Reforma Protestante


Segunda feira dia 31 de outubro de 2011 comemora-se os 494 anos da Reforma Protestante. Assim, gostaria de começar a falar sobre Reforma, procurando mostrar um pouco do pano de fundo político e eclesiástico da época, para isso devemos partir do princípio que a continuidade entre os desejos reformadores e os acontecimentos do século XVI. Pois Lutero não apareceu em meio a um vazio, mas foi o resultado dos “sonhos frustrados” de gerações anteriores. E o seu protesto tomou a direção que é de todos conhecida, devido em parte às condições políticas que se relacionavam estreitamente com a hegemonia espanhola. A partir de nossa perspectiva espanhola, este ponto de partida nos ajuda a corrigir falsas impressões que possamos ter recebido de uma história escrita principalmente sob uma perspectiva alemã ou anglo-saxônica. Durante a época da reforma.
Os desejos reformadores se haviam instalado em boa parte da Espanha, principalmente graças a obra de Isabel e seus colaboradores. A Reforma Católica, que muitas vezes recebe o nome de contra-reforma, é anterior a protestante, se não nos esquecermos do que estava acontecendo na Espanha nos tempos de Isabel, e nos primeiros anos de reinado de Carlos V. Não podemos esquecer que esta “era dos reformadores” que estamos falando, foi a mesma “era dos conquistadores”. Isso nos mostra que a conquista da América pelos povos ibéricos é de total importância para a história do cristianismo como foi a Reforma Protestante.
Quando Isabel e Fernando herdaram a coroa de Castela, devido a morte do meio irmão de Isabel, Henrique IV, a Igreja espanhola se encontrava em grande necessidade de reforma. Durante os anos de incertezas políticas que precederam a morte de Henrique IV, o alto clero havia-se dedicado às práticas belicosas que, era característica de muitos dos prelados do fim da Idade Média. Nisto, a Espanha não se diferenciava do resto da Europa, pois seus bispos, com freqüência, se tornavam mais guerreiros do que pastores e se envolviam nas intrigas políticas da época, não para o bem dos seus rebanhos, mas por seus próprios interesses políticos e econômicos.
O baixo clero, não estava em melhores condições de servir ao povo. Os sacerdotes eram ignorantes, incapazes de responder às mais simples perguntas religiosas por parte dos seus paroquianos, e muitos deles não sabiam nada mais que dizer a missa, sem sequer entender o que estavam dizendo. Além do mais, visto que o alto clero recolhia a maior parte das entradas na igreja, os sacerdotes se viam envoltos em uma pobreza humilhante, e freqüentemente descuidavam dos seus trabalhos pastorais.
Nos conventos e mosteiros se praticava a vida mole. Havia casas religiosas governadas segundo os desejos dos seus monges e madres  da alta esfera. Em muitos casos se descuidavam da oração. Do celibato pouco se fazia caso. Haviam muitos filhos bastardos dos bispos que se encontravam em meio a nobreza, assim muitos desses filhos bastardos, reclamavam os seus direitos de paternidade. Existiam muitos padres paroquianos que viviam com suas concubinas e filhos.
Isabel e Fernando haviam subido juntamente ao trono de Castela, ainda que, segundo o estabelecido antes do casamento, Fernando não pudesse intervir nos assuntos internos de Castela contra o desejo da rainha, que era a herdeira do trono. Fernando tinha muitos contatos com a Itália, e a atitude renascentista de quem via na igreja um instrumento para seus políticos se havia apegado a ele. Isabel, por sua parte, era uma mulher devota e seguia rigorosamente as horas de oração. Para ela, os costumes licenciosos  e belicosos do clero eram um escândalo. Para Fernando a preocupação era o excessivo poder dos bispos, convertidos em grandes senhores feudais. Em consequência, quando os interesses políticos de Fernando coincidiam com os propósitos reformadores de Isabel a reforma marchava adiante.
Com a finalidade de reformar o alto clero, os reis católicos obtiveram de Roma o direito de nomeação. Para Fernando se tratava de uma medida necessária, do ponto de vista político, pois a coroa não podia ser forte enquanto não contasse com o apoio e a lealdade dos prelados. Isabel via essa realidade e concordava com Fernando. Entretanto, estava convencida da necessidade de reformar a igreja em seus domínios, e o único modo de fazei-lo era tendo à sua disposição a nomeação daqueles que deveriam ocupar os altos cargos eclesiásticos.
Francisco Ximenez de Cisneros era um frade franciscano em que se combinavam a pobreza e a austeridade franciscanas com o humanismo erasmista. Ele foi o grande reformador da Igreja Espanhola. Isabel e Cisneros colaboraram na reforma dos conventos, Cisneros fez do seu direito de autoridade para tomar medidas reformadoras. A rainha Isabel estava convencida de que tanto o país como a igreja tinham necessidade  de dirigentes melhor adestrados e, portanto, se dedicou a fomentar os estudos. A Espanha deve a Isabel o haver firmado as bases para o Século de Ouro. Cisneros estava de acordo com a rainha na necessidade de reformar a igreja, não somente mediante medidas administrativas, como também com o cultivo das letras sagradas. A impressa era uma grande aliada no começo da Reforma. Rapidamente nesse ínterim começou-se a desenvolver a imprensa em Barcelona, Saragoça, Sevilha, Salamanca, Zamora, Toledo, Burgos e várias outras cidades. Porém as contribuições mais importantes de Cisneros para a reforma religiosa na Espanha dentro do estilo humanista, foram a Universidade de Alcalá e a Bíblia Poliglota Complutense.
Nesse período foi instituída a Inquisição Espanhola, onde ela estava sobre a supervisão da coroa. Os crimes da Inquisição não pode ser coberto dizendo-se simplesmente que não foram tantos nem tão graves, ou argumentando que era uma instituição necessária para a unidade religiosa do país. A maioria dos eruditos da época viam na Inquisição um instrumento para a defesa da verdade. Isso porque ela tinha como propósito, era acabar com as heresias, e, para ser herege era necessário ser considerado como cristão, pois a Inquisição não tinha poder sobre os Judeus ou Muçulmanos. Diante desses fatos e de outros, a rainha estava convencida de que era necessário buscar a unidade política e religiosa da Espanha. Essa unidade era uma exigência política e religiosa, porque tal era, segundo Isabel, a vontade de Deus. Assim Isabel promoveu o golpe decisivo contra os Judeus, que foi o projeto de expulsão deles. De outra parte o arcebispo Cisneros e o resto do clero se dedicaram a forçar os Mouros a se converterem. Tanto os Mouros como os Judeus, tinham que escolher entre o batismo e o exílio. A esses mouros batizados foi dado o nome de “mouriscos”.
Buscava-se reformar a igreja mediante a regularização do clero e do incentivo aos estudos teológicos, era-se extremamente intolerante para com tudo que não se ajustasse à religião do estado. Logo, Isabel foi a fundadora da Reforma Católica, que deu o primeiro passo na Espanha e depois fora dela e essa reforma levou o selo da grande Rainha de Castela. Assim a Reforma Católica feita pelos atos de Isabel, deixou marcas na Europa, trazendo o pano de funda e também preparando o caminho para a Reforma Protestante.
Pode-se dizer que a Reforma Protestante na Europa, começou de forma preliminar com João Wycliffe, no século XVI. João Huss foi também outra figura importante que lançou os alicerces sobre o qual a reforma veio a existir. A Reforma Protestante foi o movimento religioso do século XVI, que procurava o retorno da Igreja às raízes histórica clássicas, que teve seu início histórico com Martinho Lutero, na Alemanha  em 31 de Outubro de 1517, com a afixação das 95 teses de Lutero à porta da capela de Witemberg. O Movimento Reformado é também aplicado às figuras de Zwínglio, que foi o grande reformador de Zurique e Calvino, que foi o grande reformador de Genebra, esse movimento é também conhecido como a segunda Reforma. O alvo que os reformadores atacavam pode ser descrito, em termos gerais, como o catolicismo medieval. Pode-se especificar algumas áreas centrais desses ataques: Abusos Papais; Os Falsos Fundamentos da Autoridade Papal; O cativeiro Eclesiástico da Palavra de Deus; A Superioridade da Vida “Religiosa”; O Sacerdócio Pervertido e a Meditação Usurpada; O Cativeiro Hierárquico da Igreja; A Confusão entre o Divino e o Humano.
Com Martinho Lutero temos a explosão da Reforma Protestante, ele nasceu em 10/11/1483 em Eisleben, na Alemanha oriental, sua morte ocorreu em 1546. Em 1511 aconteceu sua viagem a Roma que provocou o seu desencantamento com a Igreja de Roma, em 1512 recebe o grau de Doutor em Teologia. Nas missas que celebrava no castelo de Wittenberg fez exposição de Gálatas e Hebreus. Foi preparando esses sermões que Lutero resolveu entregar sua vida totalmente a Cristo. Estudando a epístola de Paulo aos Romanos, de maneira específica em Romanos 1.17 convenceu-o que somente por meio de Cristo era possível alguém se tornar justo diante de Deus, quando desenvolveu os três temas da Doutrina da Justificação pela Fé Sola gratia  -  Somente a graça; Sola fide  -  Somente a fé; Sola Scriptura  -  Somente a Escritura e que se tornou temas da Reforma Protestante. Já em 31/10/1517 Lutero fixou as 95 teses contra a venda de indulgências. Nelas, condenava os abusos do sistema de venda das indulgências e desafiava a todos para um debate público sobre o assunto. Em 1520 saiu a Bula Papal dando-lhe 60 dias para ele se retratar-se com a Igreja Católica, Lutero diante disso queima a Bula Papal em praça pública. Nesse mesmo ano Lutero escreveu três panfletos importantes: Apelo à Nobreza Alemã; O Cativeiro Babilônico da Igreja; Sobre a Liberdade do Homem Cristão.
A teologia de Lutero seguia três padrões básicos. Sua teologia era Bíblica, Existencial e Dialética. Para Lutero a Escritura era a verdadeira fonte de autoridade. A Doutrina da Justificação pela Fé somente, significava para Lutero, não apenas mais uma doutrina entre as outras, mas o resumo de toda Doutrina Cristã. A doutrina de Lutero baseia-se em três pontos básicos: Imputação; Seu Caráter pela Fé Somente; Seu Impacto sobre a Expressão “a um só tempo pecador e justo”. Após a morte de Lutero em 1546, Felipe Melanchton o substituiu no Luteranismo, preservando assim os pensamentos e doutrinas de Lutero.
Outro gigante da Reforma foi João Calvino, conhecido como o pai do calvinismo. Ele nasceu em Noyon, na Picardia, que fica a nordeste de Paris, na França, em 10/07/1509. Seu pai era advogado dos religiosos e secretário do bispo local, sua mãe faleceu quando Calvino tinha apenas cinco anos. Devido a morte de seu pai em 1531, Calvino volta a Paris e reinicia os seus estudos humanísticos. Seu interesse predileto é a literatura clássica. Recebe uma formação humanística maior que a de Lutero. Publica o Comentário do tratado de Sêneca “De Clementia”. Calvino viveu em Estrasburgo três anos, lá o prefeito da cidade apoiava a Reforma, ele foi pastor em Estrasburgo, onde pastoreou refugiados franceses, nesse período de tempo ganhou o titulo de cidadão de Estrasburgo, mas teve que pagar o equivalente a cinco meses de trabalho, ele também se tornou estadista da igreja, professor, escritor e se casou-se com Idelete de Bure. João Calvino não acreditava em uma separação plena entre Igreja e Estado. Ele defendia que a relação com o Estado incluía tanto tenção quanto interação. Como o governo de Deus é sobre toda criação, a Igreja deve sim participar positivamente na sociedade. A visão dele é que está relação pudesse ser um canal para vidas irem para a Igreja. A igreja por sua parte deveria formar bons cidadãos através de famílias estavéis e fiéis cumpridoras de seu dever civil.
Calvino escreveu as Institutas que tinham como objetivo ser um guia para o estudo das Escrituras, elas se dividiam em quatro volumes: 1- O conhecimento de Deus o Criador; 2- O Conhecimento de Deus o Redentor; 3- A maneira como recebemos a Graça de Cristo e seus benefícios e efeitos; 4- Os meios externos pelos quais deus nos convida para a Sociedade de Cristo. Ele também escreveu comentários, que foram como complementos das Institutas. Escreveu comentários do Novo Testamento menos II e III João e Apocalipse. No Antigo Testamento escreveu todo o Pentateuco, Josué, Salmos, os Profetas Maiores e Menores. Seus sermões eram expostos sistematicamente de forma expositiva. Costumava pregar no Novo Testamento aos domingos e o Antigo Testamento no meio da semana. Ele procurou colocar grupos leais a ele para copiarem seus sermões somando uma quantia de 872. Seus folhetos e tratados constam de temas Apologéticos contra os Católicos e Anabatistas. Suas cartas eram escritas a outros reformadores, soberanos, igrejas perseguidas e protestantes encarcerados, pastores e colpastores.
A visão de Calvino sobre as Escrituras Sagradas era que: Todo conhecimento verdadeiro de Deus decorre  do fato de que Deus, em sua misericórdia, houve por bem revelar-se a nós. A Bíblia é a Palavra de Deus inspirada revelada em línguas e confirmada ao crente pelo testemunho do Espírito Santo. O Equilíbrio entre o Espírito e a Palavra e o testemunho interno do Espírito. Algo importante também de Calvino, era a sua visão sobre a música na Igreja. Para ele a música deveria ser composta para a letra e não a letra para a música e que esta letra deveria estar dentro da Palavra de Deus, assim como era os Salmos. A música tinha que conduzir a igreja a uma verdadeira adoração, assim como também ela tinha que ser simples para que todos cantassem. Além disso ela tinha que ser alegre e com um ritmo rigoroso. Calvino também falou das marcas de uma Igreja verdadeira, que são elas: A correta Pregação da Palavra de Deus. A fiel Ministração dos Sacramentos. Assim como não muito declarado a Disciplina Eclesiástica.
Outro fator importante da visão teologia de Calvino, é o da Oração. Para ele, a oração tinha que ter reverência que é evitar toda ostentação ou arrogância; Contrição que é o proceder de um coração arrependido; Humildade que é ter em mente a glória de Deus; Confiança que é firme esperança de que a oração será respondida. Para resumir a teologia de Calvino, é importante ressaltarmos que ele via três parâmetros importantes: A objetividade da revelação do Espírito Santo no crente; O testemunho iluminador do Espírito Santo no crente; A verdadeira teologia deve manter-se dentro dos limites da revelação.
Podemos concluir esse breve artigo sobre a Reforma Protestante, dizendo que a ação doutrinária e eclesiástica da reforma do século XVI foi o aspecto exterior da renovação interior da fé e devoção. Os reformadores foram pastores e evangelistas além de teólogos e dirigentes eclesiásticos. Foram homens fiéis a Deus, serviram com fé e coragem ao Autor da vida, foram homens que deixaram bens prazer, aceitaram a morte na fogueira, foram escorraçados de seus países, chamados de hereges, loucos, baderneiros e tantos outros desagrados, mas, lutaram, trabalharam, oraram e foram fieis a Palavra de Deus, para que hoje pudéssemos adorar a Deus de verdade, sempre procurando glorifica-lo. É importante ressaltarmos que a Reforma não aconteceu da noite para o dia, mas foi tomando forma aos poucos. Lutero era um homem despreparado, como falam alguns, mas um estudioso sério das Escrituras. Todos nós temos que tomar decisões importantes que determinarão novos procedimentos a seguir, e foi isso que os Reformadores fizeram. Que possamos não esquecer que é Deus quem prepara os tempos e as pessoas.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

QUE A VONTADE DE DEUS SE CUMPRA


Seja a resposta boa, seja má, obedeceremos à voz do SENHOR nosso Deus, a quem te enviamos, para que tudo vá bem conosco, obedecendo à voz do SENHOR nosso Deus” (Jeremias 42.6 e 43.6).
A liderança política de Judá procurou Jeremias e lhe pediu para consultar ao SENHOR. Se deveriam ir para o Egito ou não? Estavam dispostos a obedecer, fosse a resposta boa ou não. Que atitude bonita! Vemos tanta gente assim, hoje, que quer saber a vontade de Deus para sua vida e se dispõe a cumpri-la, independente de qual seja. Isto é que é submissão.Dez dias depois, a palavra do SENHOR veio a Jeremias, e ele chamou Joanã e os demais líderes da nação e lhes deu a resposta. Não deveriam ir para o Egito, e sim ficar em Jerusalém. A resposta fora dada e agora era a hora de cumprir a disposição de obedecer.
Foi uma indignação: Mas bradaram (Jr 43.2).  O povo foi para o Egito e arrastou Jeremias e seu secretário, Baruque, consigo. E a obediência tão pomposamente afirmada antes? Bem, Deus não confirmou a vontade do povo, e assim este se recusou a obedecer. Bem típico de muita gente, ainda hoje. Se a Bíblia confirma sua posição, cumpra-se. Se não corrobora sua posição, então busque-se alguma outra fonte. “Que a vontade de Deus se cumpra, desde que coincida com a nossa!” parece ser o lema de muitos crentes. Boa parte deles não quer obediência, mas tranquilidade. Correção, nem pensar. O crente nunca pode ser admoestado ou corrigido. As pessoas não querem ouvir a voz de Deus e sim que sua voz seja ouvida. Ouvir Deus, para essas pessoas, não é importante, mas falar de Deus, isto sim, é. É bom porque dá a impressão de espiritualidade, de que algo de muito espiritual foi feito, mas nos protegemos, mantendo Deus à distância. Não deixamos sua voz soar em nosso coração. Queremos a voz de Deus, mas fazendo um dueto com a nossa, sendo a segunda voz. A verdade de Deus nem sempre é agradável. Mas é sempre segura. Ouça a voz de Deus, e não atribua aos seus desejos o status de voz divina. Firme-se na Palavra de Deus. Não é se você gosta ou não do que recebe. Mas deve cumprir. Adapte sua vida ao ensino bíblico e nunca torça a Palavra para acomodar seus sonhos de ir para o Egito. Você pode se dar mal. Por certo que se dará mal. Que Deus te abençoe. 

domingo, 23 de outubro de 2011

O Amor Reconciliador de Deus


Uma pergunta é feita constantemente pelos cristãos quando estão em meio às dificuldades: Quem pode nos tirar das mãos de Deus?
Essa pergunta nos faz lembrar do texto de Romanos 8, onde o apóstolo Paulo fala a respeito da segurança do cristão em Cristo. Já nos primeiros capítulos de Romanos, Paulo mostra que a presença permanente do Espírito Santo em nós, gera no Cristão segurança real (Rm5.5). É o Espírito Santo que aplica a obra redentora de Cristo na vida do cristão. Por isso, a segurança do cristão vem do testemunho interno do Espírito Santo, testificando com o seu espírito que ele é, de fato, verdadeiramente, filho de Deus (Rm 8.16).
Essa segurança gerada pelo Espírito Santo de Deus no coração do cristão, é incomparavelmente superior a todos os sofrimentos que o cristão atravessa nessa vida, com a benção de que, essa glória já começa a agir desde já, em todas as suas tribulações (Rm 5.3-10; 8.26-30). Essa glória manifestara definitivamente no dia da consumação com o retorno de Cristo e a implantação definitiva dos tempos eternos (Rm 5.1-2; 8.18-24).
Portanto essa esperança é sustentada pelo redentivo amor de Deus. Esse amor não pode ser vencido nunca, porque é amor redentivo e remidor; e é o amor irresistível de Deus (Rm 5.6-21).
Há verdades que podemos afirmar com certeza. Em Romanos 8.28, Paulo inicia com uma afirmação de certeza “sabemos”. Não fala de impressões ou sentimentos, mas de convicções.
Ele está dizendo que tem certeza que Deus age em nossas vidas. Deus é quem faz as coisas cooperarem. Não existe coincidência, pelo contrário, existe uma lógica em tudo que acontece no mundo, esta tudo sendo dirigido para um propósito final.
O salmista no Salmo 100 fala que Deus é bom para com os seus, por isso o adoramos. Todos os seus desejos com respeito a nós são desejos bons. O nosso bem não é apenas a concessão de bênçãos terrenas. O bem afirmado é a nossa salvação. Para isso, todas as coisas cooperam. Todas as coisas “cooperam”. Significa literalmente “trabalhar junto”, “trabalhar com outro” o Senhor sempre esta conosco em todos os momentos, sejam eles bons ou ruins. Portanto, as coisas más se somarão às coisas boas e produzirão o nosso bem. Todos os sofrimentos (v.17) e todos os gemidos (v.23) acabam por assumir um aspecto positivo na execução do plano eterno de Deus, do qual fazemos parte por termos sido remidos pelo sangue de Cristo (Dt 6.5, Mc 12.30). Quando remidos pelo sangue de Cristo, aprendemos a amar a Deus sobre todas as coisas. Só amam a Deus aqueles que responderam ao seu chamado. E amam porque Deus os amou primeiro (Rm 5.8; 1Jo 4.19).
Sabemos então, que Deus nos ama, e que Ele controla tudo que ocorre em nossa vida, mas nem sempre as aceitamos, e compreendemos isso. Assim, Paulo usa a expressão “conhecer de antemão”, mostrando que a iniciativa é de Deus e não do homem, é a graça de Deus agindo na história da humanidade.
Podemos ver essa ação graciosa de Deus, agindo na história da humanidade, na vida de José, que mostrou a seus irmãos que tudo o que eles fizeram estava sobre o controle do Senhor (Gn 50.20). Isso implica em entender que, o processo de alguém se tornar cristão está contido em uma decisão de Deus. Quando se afirma que alguém “toma uma decisão por Cristo”, realmente essa pessoa o faz livre e voluntariamente, mas antes disso, Deus já havia “se decidido por ele” na eternidade, e isso livremente, movido por sua misericórdia e graça. Por isso, devemos constantemente orar a Deus agradecendo a salvação em Cristo. E oramos a Deus pedindo pela salvação em Cristo das outras pessoas. Para que as outras pessoas possam ter a salvação através de Cristo, é necessário que elas ouçam a respeito das Boas Novas de Salvação, que é o Evangelho (Rm 10.1-21). Portanto, o chamado de Deus chega até os ouvidos das pessoas pela pregação do Evangelho. Deus ordena os fins, e também os meios para que as pessoas sejam salvas da condenação do inferno.
Assim, quando Paulo fala do “chamado de Deus”, ele mostra que aqueles que são de Deus o ouvirão e o atenderão (Rm 5.1; 8.1; Ef 2.1), atenderão porque entenderam que através de Cristo foram justificados dos seus pecados, mediante o sacrifício expiatório de Cristo na cruz.
Paulo mostra que mediante a justificação em Cristo, nem a morte, nem o mundo, nem o diabo, o pecado, ou qualquer outra coisa, jamais anulara a sentença de Cristo sobre os seus escolhidos, sentença essa que diz “estão absolvidos”, ou seja, nenhuma acusação, seja de quem partir, poderá ser levada em conta, pois a justificação já aconteceu. Deus já nos declarou justos em Cristo, nenhuma condenação permanece contra nós (8.1), porque através de Cristo somos mais que vencedores. E quando o apóstolo fala que somos mais que vencedores, ele mostra que Deus de fato supriu todas as nossas necessidades na cruz de Cristo.
Podemos concluir lembrando que em Cristo somos reconciliados com Deus, e isso, não parte de nós mesmos, pois foi Ele quem nos amou primeiro. E esse amor se encontra fundamentado na graça irresistível de Deus e não na arrogância dos homens. Portanto, a segurança do cristão, encontra-se, no insondável amor de Deus que nunca se afastará de nós, pois é anterior ao nosso e escolheu nos reconciliar com Ele.