domingo, 23 de outubro de 2011

O Amor Reconciliador de Deus


Uma pergunta é feita constantemente pelos cristãos quando estão em meio às dificuldades: Quem pode nos tirar das mãos de Deus?
Essa pergunta nos faz lembrar do texto de Romanos 8, onde o apóstolo Paulo fala a respeito da segurança do cristão em Cristo. Já nos primeiros capítulos de Romanos, Paulo mostra que a presença permanente do Espírito Santo em nós, gera no Cristão segurança real (Rm5.5). É o Espírito Santo que aplica a obra redentora de Cristo na vida do cristão. Por isso, a segurança do cristão vem do testemunho interno do Espírito Santo, testificando com o seu espírito que ele é, de fato, verdadeiramente, filho de Deus (Rm 8.16).
Essa segurança gerada pelo Espírito Santo de Deus no coração do cristão, é incomparavelmente superior a todos os sofrimentos que o cristão atravessa nessa vida, com a benção de que, essa glória já começa a agir desde já, em todas as suas tribulações (Rm 5.3-10; 8.26-30). Essa glória manifestara definitivamente no dia da consumação com o retorno de Cristo e a implantação definitiva dos tempos eternos (Rm 5.1-2; 8.18-24).
Portanto essa esperança é sustentada pelo redentivo amor de Deus. Esse amor não pode ser vencido nunca, porque é amor redentivo e remidor; e é o amor irresistível de Deus (Rm 5.6-21).
Há verdades que podemos afirmar com certeza. Em Romanos 8.28, Paulo inicia com uma afirmação de certeza “sabemos”. Não fala de impressões ou sentimentos, mas de convicções.
Ele está dizendo que tem certeza que Deus age em nossas vidas. Deus é quem faz as coisas cooperarem. Não existe coincidência, pelo contrário, existe uma lógica em tudo que acontece no mundo, esta tudo sendo dirigido para um propósito final.
O salmista no Salmo 100 fala que Deus é bom para com os seus, por isso o adoramos. Todos os seus desejos com respeito a nós são desejos bons. O nosso bem não é apenas a concessão de bênçãos terrenas. O bem afirmado é a nossa salvação. Para isso, todas as coisas cooperam. Todas as coisas “cooperam”. Significa literalmente “trabalhar junto”, “trabalhar com outro” o Senhor sempre esta conosco em todos os momentos, sejam eles bons ou ruins. Portanto, as coisas más se somarão às coisas boas e produzirão o nosso bem. Todos os sofrimentos (v.17) e todos os gemidos (v.23) acabam por assumir um aspecto positivo na execução do plano eterno de Deus, do qual fazemos parte por termos sido remidos pelo sangue de Cristo (Dt 6.5, Mc 12.30). Quando remidos pelo sangue de Cristo, aprendemos a amar a Deus sobre todas as coisas. Só amam a Deus aqueles que responderam ao seu chamado. E amam porque Deus os amou primeiro (Rm 5.8; 1Jo 4.19).
Sabemos então, que Deus nos ama, e que Ele controla tudo que ocorre em nossa vida, mas nem sempre as aceitamos, e compreendemos isso. Assim, Paulo usa a expressão “conhecer de antemão”, mostrando que a iniciativa é de Deus e não do homem, é a graça de Deus agindo na história da humanidade.
Podemos ver essa ação graciosa de Deus, agindo na história da humanidade, na vida de José, que mostrou a seus irmãos que tudo o que eles fizeram estava sobre o controle do Senhor (Gn 50.20). Isso implica em entender que, o processo de alguém se tornar cristão está contido em uma decisão de Deus. Quando se afirma que alguém “toma uma decisão por Cristo”, realmente essa pessoa o faz livre e voluntariamente, mas antes disso, Deus já havia “se decidido por ele” na eternidade, e isso livremente, movido por sua misericórdia e graça. Por isso, devemos constantemente orar a Deus agradecendo a salvação em Cristo. E oramos a Deus pedindo pela salvação em Cristo das outras pessoas. Para que as outras pessoas possam ter a salvação através de Cristo, é necessário que elas ouçam a respeito das Boas Novas de Salvação, que é o Evangelho (Rm 10.1-21). Portanto, o chamado de Deus chega até os ouvidos das pessoas pela pregação do Evangelho. Deus ordena os fins, e também os meios para que as pessoas sejam salvas da condenação do inferno.
Assim, quando Paulo fala do “chamado de Deus”, ele mostra que aqueles que são de Deus o ouvirão e o atenderão (Rm 5.1; 8.1; Ef 2.1), atenderão porque entenderam que através de Cristo foram justificados dos seus pecados, mediante o sacrifício expiatório de Cristo na cruz.
Paulo mostra que mediante a justificação em Cristo, nem a morte, nem o mundo, nem o diabo, o pecado, ou qualquer outra coisa, jamais anulara a sentença de Cristo sobre os seus escolhidos, sentença essa que diz “estão absolvidos”, ou seja, nenhuma acusação, seja de quem partir, poderá ser levada em conta, pois a justificação já aconteceu. Deus já nos declarou justos em Cristo, nenhuma condenação permanece contra nós (8.1), porque através de Cristo somos mais que vencedores. E quando o apóstolo fala que somos mais que vencedores, ele mostra que Deus de fato supriu todas as nossas necessidades na cruz de Cristo.
Podemos concluir lembrando que em Cristo somos reconciliados com Deus, e isso, não parte de nós mesmos, pois foi Ele quem nos amou primeiro. E esse amor se encontra fundamentado na graça irresistível de Deus e não na arrogância dos homens. Portanto, a segurança do cristão, encontra-se, no insondável amor de Deus que nunca se afastará de nós, pois é anterior ao nosso e escolheu nos reconciliar com Ele.

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