quarta-feira, 12 de outubro de 2011


Talvez nenhuma palavra fosse tão perturbadora como essa “alegria”. O tema da alegria é intrigante para mim. Porque no Novo Testamento ela é uma realidade produzida em nós em conseqüência e como resposta a algo que aconteceu entre nós e Deus. Ela é sempre produzida por alguma experiência como resultado e nunca como um objetivo. Talvez seja por isso mesmo que ela é tão perseguida, mas não encontrada. O mundo tenta encontrá-la como um objetivo fora de Deus. Mas ela é uma dádiva de Deus, e não um alvo a ser alcançada por si mesma, pois encontrá-la fora de Deus não será possível. Então como podemos encontrá-la?
O apóstolo Paulo em Romanos 5.1-11 mostra-nos que a doutrina da Justificação em Cristo, demonstra a justiça e a misericórdia de Deus, que condena o pecado e não o pecador que se arrepende. Ou seja, a morte e ressurreição de Cristo por causa de nossos pecados é a causa da justificação. Assim, três são os resultados imediatos da justificação através da mediação de Jesus Cristo para nós: Paz com Deus; Acesso à graça; Alegria em Deus.
Portanto a justificação de Deus em Cristo é à base, é o motivo da nossa alegria, porque somos reconciliados em Cristo (Rm 5.2,10,11; 8.34). Essa alegria em Cristo é real, porque até em meio às tribulações, o cristão sabe que Deus está no controle (Rm 8.28 e 2Co 12.9). A certeza de que Deus está no controle de tudo, e dada ao cristão através do Espírito Santo, que gera no cristão a perseverança em Cristo. Essa perseverança é uma força persistente que atua em  nós gerando-nos esperança certa em Cristo, alimentando a nossa alegria, seja em qualquer circunstância (Rm 8.35-39).
Portanto, as tribulações não são para nos desqualificar, pelo contrário, elas servem para provar nosso caráter, produzindo em nós, um caráter aprovado em Cristo. Esse caráter aprovado em Cristo está alicerçado na esperança da glória de Deus, na alegria que jamais acabará, ou seja, a volta de Cristo. A alegria em Cristo é real e certa, porque vem de Deus, através da viva esperança em Cristo (v.5). Olhemos algumas coisas a respeito da esperança:
Existem pessoas sem esperança. Quem são?
Aqueles que não têm Cristo como seu Senhor e Salvador (Ef 2.12). Aqueles que estão dormindo espiritualmente (1Ts 4.13). Aqueles que estão apegados a esperança, ilusória através da perversidade humana (Pv 11.7). Aqueles que buscam as forças diabólicas (At 16.19). Porém, existem aqueles que a esperança não traz tristeza, nem frustração. Quem são?
São aqueles que têm a viva esperança, que já foram justificados pela fé em Cristo e foram reconciliados com Deus (v.1-2). Os justificados em Cristo podem ter esperança real por causa da presença do Espírito Santo que foi dado (outorgado v.5) a todo aquele que crê em Cristo como Redentor (Jo 14.16; 15.7; Rm 8.5,9,14,15,26,27; Ef 1.13-14 ). Portanto, a base que sustenta a alegria  real, é o “amor de Deus” que é dado através do Espírito Santo. A presença do Espírito Santo naquele que confessa Cristo como único Senhor e Salvador (Rm 8.35-39; 10.9-11).
Quando o homem  entende que a justificação em Cristo, não ocorre através de méritos humanos, pelo contrário, é através da graça de Deus em Cristo, esse entende que é Deus quem age no coração do homem (Rm 1.17; 8.1,15; 2Co 5.14-15, Ef 2.5-10), e isso, leva o homem justificado a alegrar-se, regozijar-se no amor de Deus derramado através de Cristo. Por isso, do versículo 6 a 8, o apóstolo Paulo, continua a falar da justificação pela fé em Cristo. Ele mostra que o pecador é absolvido da condenação do pecado quando esse busca refúgio em Deus, pois somente através do amor de Deus em Cristo, ele pode ser absolvido da culpa do pecado, é por isso, que ele usa a expressão “quando éramos fracos”.
Essa expressão “quando éramos fracos”, mostra que o homem era incapaz de resgatar-se dos efeitos da queda, mas Cristo, motivado pelo seu amor soberano e não por méritos humanos, morreu pelos pecadores, e isso é motivo de alegria, porque o homem estava perdido, porém Cristo o resgata. Isso fica mais evidente nos versículos 7 e 8, quando Paulo, fala sobre o morrer pelo ímpio e pelo justo.
O apóstolo mostra que Cristo veio à cruz, sabendo que iria sofrer por aqueles que eram cheios de maldad, pois as Escrituras Sagradas mostram que não existia bondade alguma no ser humano que pudesse ter atraído o amor de Cristo (Is 53.6), mostrando assim, a perversidade humana, em contraste com o amor justo e santo de Deus, que resgata o pecador do seu estado de rebelião, transformando-o em filho através de Cristo (Is 53.5; Rm 3.24; 4.25; 5.5; 1Jo 4.10), por isso, a alegria real o homem só encontra em Cristo, pois é uma realidade produzida em nós em conseqüência e como resposta a algo que aconteceu entre nós e Deus.  Essa alegria é um presente de Deus, e não um alvo a ser alcançada por si mesma.
            Podemos concluir lembrando que, a glória de ter alegria nunca é do homem, pelo contrário, sempre é do Rei da Glória, é o Senhor quem gera em nós o presente da alegria. Porque é por meio de Cristo que somos sustentados (Rm 5.1). É através de Cristo que iremos habitar com no paraíso celestial em eterna alegria. E enquanto não estamos no céu, toda sorte de tribulações, não são para nossa reprovação, pelo contrário são para aprovação daqueles que estão em Cristo (Rm 5.3-5; 8.28,37). Portanto, seja mais grato a Deus, porque a maior alegria que poderíamos receber ele já nos deu, a Salvação em Jesus Cristo, essa alegria é real, é eterna (Rm 5.11; 8.1).          

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