sábado, 29 de outubro de 2011

A Reforma Protestante


Segunda feira dia 31 de outubro de 2011 comemora-se os 494 anos da Reforma Protestante. Assim, gostaria de começar a falar sobre Reforma, procurando mostrar um pouco do pano de fundo político e eclesiástico da época, para isso devemos partir do princípio que a continuidade entre os desejos reformadores e os acontecimentos do século XVI. Pois Lutero não apareceu em meio a um vazio, mas foi o resultado dos “sonhos frustrados” de gerações anteriores. E o seu protesto tomou a direção que é de todos conhecida, devido em parte às condições políticas que se relacionavam estreitamente com a hegemonia espanhola. A partir de nossa perspectiva espanhola, este ponto de partida nos ajuda a corrigir falsas impressões que possamos ter recebido de uma história escrita principalmente sob uma perspectiva alemã ou anglo-saxônica. Durante a época da reforma.
Os desejos reformadores se haviam instalado em boa parte da Espanha, principalmente graças a obra de Isabel e seus colaboradores. A Reforma Católica, que muitas vezes recebe o nome de contra-reforma, é anterior a protestante, se não nos esquecermos do que estava acontecendo na Espanha nos tempos de Isabel, e nos primeiros anos de reinado de Carlos V. Não podemos esquecer que esta “era dos reformadores” que estamos falando, foi a mesma “era dos conquistadores”. Isso nos mostra que a conquista da América pelos povos ibéricos é de total importância para a história do cristianismo como foi a Reforma Protestante.
Quando Isabel e Fernando herdaram a coroa de Castela, devido a morte do meio irmão de Isabel, Henrique IV, a Igreja espanhola se encontrava em grande necessidade de reforma. Durante os anos de incertezas políticas que precederam a morte de Henrique IV, o alto clero havia-se dedicado às práticas belicosas que, era característica de muitos dos prelados do fim da Idade Média. Nisto, a Espanha não se diferenciava do resto da Europa, pois seus bispos, com freqüência, se tornavam mais guerreiros do que pastores e se envolviam nas intrigas políticas da época, não para o bem dos seus rebanhos, mas por seus próprios interesses políticos e econômicos.
O baixo clero, não estava em melhores condições de servir ao povo. Os sacerdotes eram ignorantes, incapazes de responder às mais simples perguntas religiosas por parte dos seus paroquianos, e muitos deles não sabiam nada mais que dizer a missa, sem sequer entender o que estavam dizendo. Além do mais, visto que o alto clero recolhia a maior parte das entradas na igreja, os sacerdotes se viam envoltos em uma pobreza humilhante, e freqüentemente descuidavam dos seus trabalhos pastorais.
Nos conventos e mosteiros se praticava a vida mole. Havia casas religiosas governadas segundo os desejos dos seus monges e madres  da alta esfera. Em muitos casos se descuidavam da oração. Do celibato pouco se fazia caso. Haviam muitos filhos bastardos dos bispos que se encontravam em meio a nobreza, assim muitos desses filhos bastardos, reclamavam os seus direitos de paternidade. Existiam muitos padres paroquianos que viviam com suas concubinas e filhos.
Isabel e Fernando haviam subido juntamente ao trono de Castela, ainda que, segundo o estabelecido antes do casamento, Fernando não pudesse intervir nos assuntos internos de Castela contra o desejo da rainha, que era a herdeira do trono. Fernando tinha muitos contatos com a Itália, e a atitude renascentista de quem via na igreja um instrumento para seus políticos se havia apegado a ele. Isabel, por sua parte, era uma mulher devota e seguia rigorosamente as horas de oração. Para ela, os costumes licenciosos  e belicosos do clero eram um escândalo. Para Fernando a preocupação era o excessivo poder dos bispos, convertidos em grandes senhores feudais. Em consequência, quando os interesses políticos de Fernando coincidiam com os propósitos reformadores de Isabel a reforma marchava adiante.
Com a finalidade de reformar o alto clero, os reis católicos obtiveram de Roma o direito de nomeação. Para Fernando se tratava de uma medida necessária, do ponto de vista político, pois a coroa não podia ser forte enquanto não contasse com o apoio e a lealdade dos prelados. Isabel via essa realidade e concordava com Fernando. Entretanto, estava convencida da necessidade de reformar a igreja em seus domínios, e o único modo de fazei-lo era tendo à sua disposição a nomeação daqueles que deveriam ocupar os altos cargos eclesiásticos.
Francisco Ximenez de Cisneros era um frade franciscano em que se combinavam a pobreza e a austeridade franciscanas com o humanismo erasmista. Ele foi o grande reformador da Igreja Espanhola. Isabel e Cisneros colaboraram na reforma dos conventos, Cisneros fez do seu direito de autoridade para tomar medidas reformadoras. A rainha Isabel estava convencida de que tanto o país como a igreja tinham necessidade  de dirigentes melhor adestrados e, portanto, se dedicou a fomentar os estudos. A Espanha deve a Isabel o haver firmado as bases para o Século de Ouro. Cisneros estava de acordo com a rainha na necessidade de reformar a igreja, não somente mediante medidas administrativas, como também com o cultivo das letras sagradas. A impressa era uma grande aliada no começo da Reforma. Rapidamente nesse ínterim começou-se a desenvolver a imprensa em Barcelona, Saragoça, Sevilha, Salamanca, Zamora, Toledo, Burgos e várias outras cidades. Porém as contribuições mais importantes de Cisneros para a reforma religiosa na Espanha dentro do estilo humanista, foram a Universidade de Alcalá e a Bíblia Poliglota Complutense.
Nesse período foi instituída a Inquisição Espanhola, onde ela estava sobre a supervisão da coroa. Os crimes da Inquisição não pode ser coberto dizendo-se simplesmente que não foram tantos nem tão graves, ou argumentando que era uma instituição necessária para a unidade religiosa do país. A maioria dos eruditos da época viam na Inquisição um instrumento para a defesa da verdade. Isso porque ela tinha como propósito, era acabar com as heresias, e, para ser herege era necessário ser considerado como cristão, pois a Inquisição não tinha poder sobre os Judeus ou Muçulmanos. Diante desses fatos e de outros, a rainha estava convencida de que era necessário buscar a unidade política e religiosa da Espanha. Essa unidade era uma exigência política e religiosa, porque tal era, segundo Isabel, a vontade de Deus. Assim Isabel promoveu o golpe decisivo contra os Judeus, que foi o projeto de expulsão deles. De outra parte o arcebispo Cisneros e o resto do clero se dedicaram a forçar os Mouros a se converterem. Tanto os Mouros como os Judeus, tinham que escolher entre o batismo e o exílio. A esses mouros batizados foi dado o nome de “mouriscos”.
Buscava-se reformar a igreja mediante a regularização do clero e do incentivo aos estudos teológicos, era-se extremamente intolerante para com tudo que não se ajustasse à religião do estado. Logo, Isabel foi a fundadora da Reforma Católica, que deu o primeiro passo na Espanha e depois fora dela e essa reforma levou o selo da grande Rainha de Castela. Assim a Reforma Católica feita pelos atos de Isabel, deixou marcas na Europa, trazendo o pano de funda e também preparando o caminho para a Reforma Protestante.
Pode-se dizer que a Reforma Protestante na Europa, começou de forma preliminar com João Wycliffe, no século XVI. João Huss foi também outra figura importante que lançou os alicerces sobre o qual a reforma veio a existir. A Reforma Protestante foi o movimento religioso do século XVI, que procurava o retorno da Igreja às raízes histórica clássicas, que teve seu início histórico com Martinho Lutero, na Alemanha  em 31 de Outubro de 1517, com a afixação das 95 teses de Lutero à porta da capela de Witemberg. O Movimento Reformado é também aplicado às figuras de Zwínglio, que foi o grande reformador de Zurique e Calvino, que foi o grande reformador de Genebra, esse movimento é também conhecido como a segunda Reforma. O alvo que os reformadores atacavam pode ser descrito, em termos gerais, como o catolicismo medieval. Pode-se especificar algumas áreas centrais desses ataques: Abusos Papais; Os Falsos Fundamentos da Autoridade Papal; O cativeiro Eclesiástico da Palavra de Deus; A Superioridade da Vida “Religiosa”; O Sacerdócio Pervertido e a Meditação Usurpada; O Cativeiro Hierárquico da Igreja; A Confusão entre o Divino e o Humano.
Com Martinho Lutero temos a explosão da Reforma Protestante, ele nasceu em 10/11/1483 em Eisleben, na Alemanha oriental, sua morte ocorreu em 1546. Em 1511 aconteceu sua viagem a Roma que provocou o seu desencantamento com a Igreja de Roma, em 1512 recebe o grau de Doutor em Teologia. Nas missas que celebrava no castelo de Wittenberg fez exposição de Gálatas e Hebreus. Foi preparando esses sermões que Lutero resolveu entregar sua vida totalmente a Cristo. Estudando a epístola de Paulo aos Romanos, de maneira específica em Romanos 1.17 convenceu-o que somente por meio de Cristo era possível alguém se tornar justo diante de Deus, quando desenvolveu os três temas da Doutrina da Justificação pela Fé Sola gratia  -  Somente a graça; Sola fide  -  Somente a fé; Sola Scriptura  -  Somente a Escritura e que se tornou temas da Reforma Protestante. Já em 31/10/1517 Lutero fixou as 95 teses contra a venda de indulgências. Nelas, condenava os abusos do sistema de venda das indulgências e desafiava a todos para um debate público sobre o assunto. Em 1520 saiu a Bula Papal dando-lhe 60 dias para ele se retratar-se com a Igreja Católica, Lutero diante disso queima a Bula Papal em praça pública. Nesse mesmo ano Lutero escreveu três panfletos importantes: Apelo à Nobreza Alemã; O Cativeiro Babilônico da Igreja; Sobre a Liberdade do Homem Cristão.
A teologia de Lutero seguia três padrões básicos. Sua teologia era Bíblica, Existencial e Dialética. Para Lutero a Escritura era a verdadeira fonte de autoridade. A Doutrina da Justificação pela Fé somente, significava para Lutero, não apenas mais uma doutrina entre as outras, mas o resumo de toda Doutrina Cristã. A doutrina de Lutero baseia-se em três pontos básicos: Imputação; Seu Caráter pela Fé Somente; Seu Impacto sobre a Expressão “a um só tempo pecador e justo”. Após a morte de Lutero em 1546, Felipe Melanchton o substituiu no Luteranismo, preservando assim os pensamentos e doutrinas de Lutero.
Outro gigante da Reforma foi João Calvino, conhecido como o pai do calvinismo. Ele nasceu em Noyon, na Picardia, que fica a nordeste de Paris, na França, em 10/07/1509. Seu pai era advogado dos religiosos e secretário do bispo local, sua mãe faleceu quando Calvino tinha apenas cinco anos. Devido a morte de seu pai em 1531, Calvino volta a Paris e reinicia os seus estudos humanísticos. Seu interesse predileto é a literatura clássica. Recebe uma formação humanística maior que a de Lutero. Publica o Comentário do tratado de Sêneca “De Clementia”. Calvino viveu em Estrasburgo três anos, lá o prefeito da cidade apoiava a Reforma, ele foi pastor em Estrasburgo, onde pastoreou refugiados franceses, nesse período de tempo ganhou o titulo de cidadão de Estrasburgo, mas teve que pagar o equivalente a cinco meses de trabalho, ele também se tornou estadista da igreja, professor, escritor e se casou-se com Idelete de Bure. João Calvino não acreditava em uma separação plena entre Igreja e Estado. Ele defendia que a relação com o Estado incluía tanto tenção quanto interação. Como o governo de Deus é sobre toda criação, a Igreja deve sim participar positivamente na sociedade. A visão dele é que está relação pudesse ser um canal para vidas irem para a Igreja. A igreja por sua parte deveria formar bons cidadãos através de famílias estavéis e fiéis cumpridoras de seu dever civil.
Calvino escreveu as Institutas que tinham como objetivo ser um guia para o estudo das Escrituras, elas se dividiam em quatro volumes: 1- O conhecimento de Deus o Criador; 2- O Conhecimento de Deus o Redentor; 3- A maneira como recebemos a Graça de Cristo e seus benefícios e efeitos; 4- Os meios externos pelos quais deus nos convida para a Sociedade de Cristo. Ele também escreveu comentários, que foram como complementos das Institutas. Escreveu comentários do Novo Testamento menos II e III João e Apocalipse. No Antigo Testamento escreveu todo o Pentateuco, Josué, Salmos, os Profetas Maiores e Menores. Seus sermões eram expostos sistematicamente de forma expositiva. Costumava pregar no Novo Testamento aos domingos e o Antigo Testamento no meio da semana. Ele procurou colocar grupos leais a ele para copiarem seus sermões somando uma quantia de 872. Seus folhetos e tratados constam de temas Apologéticos contra os Católicos e Anabatistas. Suas cartas eram escritas a outros reformadores, soberanos, igrejas perseguidas e protestantes encarcerados, pastores e colpastores.
A visão de Calvino sobre as Escrituras Sagradas era que: Todo conhecimento verdadeiro de Deus decorre  do fato de que Deus, em sua misericórdia, houve por bem revelar-se a nós. A Bíblia é a Palavra de Deus inspirada revelada em línguas e confirmada ao crente pelo testemunho do Espírito Santo. O Equilíbrio entre o Espírito e a Palavra e o testemunho interno do Espírito. Algo importante também de Calvino, era a sua visão sobre a música na Igreja. Para ele a música deveria ser composta para a letra e não a letra para a música e que esta letra deveria estar dentro da Palavra de Deus, assim como era os Salmos. A música tinha que conduzir a igreja a uma verdadeira adoração, assim como também ela tinha que ser simples para que todos cantassem. Além disso ela tinha que ser alegre e com um ritmo rigoroso. Calvino também falou das marcas de uma Igreja verdadeira, que são elas: A correta Pregação da Palavra de Deus. A fiel Ministração dos Sacramentos. Assim como não muito declarado a Disciplina Eclesiástica.
Outro fator importante da visão teologia de Calvino, é o da Oração. Para ele, a oração tinha que ter reverência que é evitar toda ostentação ou arrogância; Contrição que é o proceder de um coração arrependido; Humildade que é ter em mente a glória de Deus; Confiança que é firme esperança de que a oração será respondida. Para resumir a teologia de Calvino, é importante ressaltarmos que ele via três parâmetros importantes: A objetividade da revelação do Espírito Santo no crente; O testemunho iluminador do Espírito Santo no crente; A verdadeira teologia deve manter-se dentro dos limites da revelação.
Podemos concluir esse breve artigo sobre a Reforma Protestante, dizendo que a ação doutrinária e eclesiástica da reforma do século XVI foi o aspecto exterior da renovação interior da fé e devoção. Os reformadores foram pastores e evangelistas além de teólogos e dirigentes eclesiásticos. Foram homens fiéis a Deus, serviram com fé e coragem ao Autor da vida, foram homens que deixaram bens prazer, aceitaram a morte na fogueira, foram escorraçados de seus países, chamados de hereges, loucos, baderneiros e tantos outros desagrados, mas, lutaram, trabalharam, oraram e foram fieis a Palavra de Deus, para que hoje pudéssemos adorar a Deus de verdade, sempre procurando glorifica-lo. É importante ressaltarmos que a Reforma não aconteceu da noite para o dia, mas foi tomando forma aos poucos. Lutero era um homem despreparado, como falam alguns, mas um estudioso sério das Escrituras. Todos nós temos que tomar decisões importantes que determinarão novos procedimentos a seguir, e foi isso que os Reformadores fizeram. Que possamos não esquecer que é Deus quem prepara os tempos e as pessoas.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

QUE A VONTADE DE DEUS SE CUMPRA


Seja a resposta boa, seja má, obedeceremos à voz do SENHOR nosso Deus, a quem te enviamos, para que tudo vá bem conosco, obedecendo à voz do SENHOR nosso Deus” (Jeremias 42.6 e 43.6).
A liderança política de Judá procurou Jeremias e lhe pediu para consultar ao SENHOR. Se deveriam ir para o Egito ou não? Estavam dispostos a obedecer, fosse a resposta boa ou não. Que atitude bonita! Vemos tanta gente assim, hoje, que quer saber a vontade de Deus para sua vida e se dispõe a cumpri-la, independente de qual seja. Isto é que é submissão.Dez dias depois, a palavra do SENHOR veio a Jeremias, e ele chamou Joanã e os demais líderes da nação e lhes deu a resposta. Não deveriam ir para o Egito, e sim ficar em Jerusalém. A resposta fora dada e agora era a hora de cumprir a disposição de obedecer.
Foi uma indignação: Mas bradaram (Jr 43.2).  O povo foi para o Egito e arrastou Jeremias e seu secretário, Baruque, consigo. E a obediência tão pomposamente afirmada antes? Bem, Deus não confirmou a vontade do povo, e assim este se recusou a obedecer. Bem típico de muita gente, ainda hoje. Se a Bíblia confirma sua posição, cumpra-se. Se não corrobora sua posição, então busque-se alguma outra fonte. “Que a vontade de Deus se cumpra, desde que coincida com a nossa!” parece ser o lema de muitos crentes. Boa parte deles não quer obediência, mas tranquilidade. Correção, nem pensar. O crente nunca pode ser admoestado ou corrigido. As pessoas não querem ouvir a voz de Deus e sim que sua voz seja ouvida. Ouvir Deus, para essas pessoas, não é importante, mas falar de Deus, isto sim, é. É bom porque dá a impressão de espiritualidade, de que algo de muito espiritual foi feito, mas nos protegemos, mantendo Deus à distância. Não deixamos sua voz soar em nosso coração. Queremos a voz de Deus, mas fazendo um dueto com a nossa, sendo a segunda voz. A verdade de Deus nem sempre é agradável. Mas é sempre segura. Ouça a voz de Deus, e não atribua aos seus desejos o status de voz divina. Firme-se na Palavra de Deus. Não é se você gosta ou não do que recebe. Mas deve cumprir. Adapte sua vida ao ensino bíblico e nunca torça a Palavra para acomodar seus sonhos de ir para o Egito. Você pode se dar mal. Por certo que se dará mal. Que Deus te abençoe. 

domingo, 23 de outubro de 2011

O Amor Reconciliador de Deus


Uma pergunta é feita constantemente pelos cristãos quando estão em meio às dificuldades: Quem pode nos tirar das mãos de Deus?
Essa pergunta nos faz lembrar do texto de Romanos 8, onde o apóstolo Paulo fala a respeito da segurança do cristão em Cristo. Já nos primeiros capítulos de Romanos, Paulo mostra que a presença permanente do Espírito Santo em nós, gera no Cristão segurança real (Rm5.5). É o Espírito Santo que aplica a obra redentora de Cristo na vida do cristão. Por isso, a segurança do cristão vem do testemunho interno do Espírito Santo, testificando com o seu espírito que ele é, de fato, verdadeiramente, filho de Deus (Rm 8.16).
Essa segurança gerada pelo Espírito Santo de Deus no coração do cristão, é incomparavelmente superior a todos os sofrimentos que o cristão atravessa nessa vida, com a benção de que, essa glória já começa a agir desde já, em todas as suas tribulações (Rm 5.3-10; 8.26-30). Essa glória manifestara definitivamente no dia da consumação com o retorno de Cristo e a implantação definitiva dos tempos eternos (Rm 5.1-2; 8.18-24).
Portanto essa esperança é sustentada pelo redentivo amor de Deus. Esse amor não pode ser vencido nunca, porque é amor redentivo e remidor; e é o amor irresistível de Deus (Rm 5.6-21).
Há verdades que podemos afirmar com certeza. Em Romanos 8.28, Paulo inicia com uma afirmação de certeza “sabemos”. Não fala de impressões ou sentimentos, mas de convicções.
Ele está dizendo que tem certeza que Deus age em nossas vidas. Deus é quem faz as coisas cooperarem. Não existe coincidência, pelo contrário, existe uma lógica em tudo que acontece no mundo, esta tudo sendo dirigido para um propósito final.
O salmista no Salmo 100 fala que Deus é bom para com os seus, por isso o adoramos. Todos os seus desejos com respeito a nós são desejos bons. O nosso bem não é apenas a concessão de bênçãos terrenas. O bem afirmado é a nossa salvação. Para isso, todas as coisas cooperam. Todas as coisas “cooperam”. Significa literalmente “trabalhar junto”, “trabalhar com outro” o Senhor sempre esta conosco em todos os momentos, sejam eles bons ou ruins. Portanto, as coisas más se somarão às coisas boas e produzirão o nosso bem. Todos os sofrimentos (v.17) e todos os gemidos (v.23) acabam por assumir um aspecto positivo na execução do plano eterno de Deus, do qual fazemos parte por termos sido remidos pelo sangue de Cristo (Dt 6.5, Mc 12.30). Quando remidos pelo sangue de Cristo, aprendemos a amar a Deus sobre todas as coisas. Só amam a Deus aqueles que responderam ao seu chamado. E amam porque Deus os amou primeiro (Rm 5.8; 1Jo 4.19).
Sabemos então, que Deus nos ama, e que Ele controla tudo que ocorre em nossa vida, mas nem sempre as aceitamos, e compreendemos isso. Assim, Paulo usa a expressão “conhecer de antemão”, mostrando que a iniciativa é de Deus e não do homem, é a graça de Deus agindo na história da humanidade.
Podemos ver essa ação graciosa de Deus, agindo na história da humanidade, na vida de José, que mostrou a seus irmãos que tudo o que eles fizeram estava sobre o controle do Senhor (Gn 50.20). Isso implica em entender que, o processo de alguém se tornar cristão está contido em uma decisão de Deus. Quando se afirma que alguém “toma uma decisão por Cristo”, realmente essa pessoa o faz livre e voluntariamente, mas antes disso, Deus já havia “se decidido por ele” na eternidade, e isso livremente, movido por sua misericórdia e graça. Por isso, devemos constantemente orar a Deus agradecendo a salvação em Cristo. E oramos a Deus pedindo pela salvação em Cristo das outras pessoas. Para que as outras pessoas possam ter a salvação através de Cristo, é necessário que elas ouçam a respeito das Boas Novas de Salvação, que é o Evangelho (Rm 10.1-21). Portanto, o chamado de Deus chega até os ouvidos das pessoas pela pregação do Evangelho. Deus ordena os fins, e também os meios para que as pessoas sejam salvas da condenação do inferno.
Assim, quando Paulo fala do “chamado de Deus”, ele mostra que aqueles que são de Deus o ouvirão e o atenderão (Rm 5.1; 8.1; Ef 2.1), atenderão porque entenderam que através de Cristo foram justificados dos seus pecados, mediante o sacrifício expiatório de Cristo na cruz.
Paulo mostra que mediante a justificação em Cristo, nem a morte, nem o mundo, nem o diabo, o pecado, ou qualquer outra coisa, jamais anulara a sentença de Cristo sobre os seus escolhidos, sentença essa que diz “estão absolvidos”, ou seja, nenhuma acusação, seja de quem partir, poderá ser levada em conta, pois a justificação já aconteceu. Deus já nos declarou justos em Cristo, nenhuma condenação permanece contra nós (8.1), porque através de Cristo somos mais que vencedores. E quando o apóstolo fala que somos mais que vencedores, ele mostra que Deus de fato supriu todas as nossas necessidades na cruz de Cristo.
Podemos concluir lembrando que em Cristo somos reconciliados com Deus, e isso, não parte de nós mesmos, pois foi Ele quem nos amou primeiro. E esse amor se encontra fundamentado na graça irresistível de Deus e não na arrogância dos homens. Portanto, a segurança do cristão, encontra-se, no insondável amor de Deus que nunca se afastará de nós, pois é anterior ao nosso e escolheu nos reconciliar com Ele.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Tome Cuidado com a TV

quarta-feira, 12 de outubro de 2011


Talvez nenhuma palavra fosse tão perturbadora como essa “alegria”. O tema da alegria é intrigante para mim. Porque no Novo Testamento ela é uma realidade produzida em nós em conseqüência e como resposta a algo que aconteceu entre nós e Deus. Ela é sempre produzida por alguma experiência como resultado e nunca como um objetivo. Talvez seja por isso mesmo que ela é tão perseguida, mas não encontrada. O mundo tenta encontrá-la como um objetivo fora de Deus. Mas ela é uma dádiva de Deus, e não um alvo a ser alcançada por si mesma, pois encontrá-la fora de Deus não será possível. Então como podemos encontrá-la?
O apóstolo Paulo em Romanos 5.1-11 mostra-nos que a doutrina da Justificação em Cristo, demonstra a justiça e a misericórdia de Deus, que condena o pecado e não o pecador que se arrepende. Ou seja, a morte e ressurreição de Cristo por causa de nossos pecados é a causa da justificação. Assim, três são os resultados imediatos da justificação através da mediação de Jesus Cristo para nós: Paz com Deus; Acesso à graça; Alegria em Deus.
Portanto a justificação de Deus em Cristo é à base, é o motivo da nossa alegria, porque somos reconciliados em Cristo (Rm 5.2,10,11; 8.34). Essa alegria em Cristo é real, porque até em meio às tribulações, o cristão sabe que Deus está no controle (Rm 8.28 e 2Co 12.9). A certeza de que Deus está no controle de tudo, e dada ao cristão através do Espírito Santo, que gera no cristão a perseverança em Cristo. Essa perseverança é uma força persistente que atua em  nós gerando-nos esperança certa em Cristo, alimentando a nossa alegria, seja em qualquer circunstância (Rm 8.35-39).
Portanto, as tribulações não são para nos desqualificar, pelo contrário, elas servem para provar nosso caráter, produzindo em nós, um caráter aprovado em Cristo. Esse caráter aprovado em Cristo está alicerçado na esperança da glória de Deus, na alegria que jamais acabará, ou seja, a volta de Cristo. A alegria em Cristo é real e certa, porque vem de Deus, através da viva esperança em Cristo (v.5). Olhemos algumas coisas a respeito da esperança:
Existem pessoas sem esperança. Quem são?
Aqueles que não têm Cristo como seu Senhor e Salvador (Ef 2.12). Aqueles que estão dormindo espiritualmente (1Ts 4.13). Aqueles que estão apegados a esperança, ilusória através da perversidade humana (Pv 11.7). Aqueles que buscam as forças diabólicas (At 16.19). Porém, existem aqueles que a esperança não traz tristeza, nem frustração. Quem são?
São aqueles que têm a viva esperança, que já foram justificados pela fé em Cristo e foram reconciliados com Deus (v.1-2). Os justificados em Cristo podem ter esperança real por causa da presença do Espírito Santo que foi dado (outorgado v.5) a todo aquele que crê em Cristo como Redentor (Jo 14.16; 15.7; Rm 8.5,9,14,15,26,27; Ef 1.13-14 ). Portanto, a base que sustenta a alegria  real, é o “amor de Deus” que é dado através do Espírito Santo. A presença do Espírito Santo naquele que confessa Cristo como único Senhor e Salvador (Rm 8.35-39; 10.9-11).
Quando o homem  entende que a justificação em Cristo, não ocorre através de méritos humanos, pelo contrário, é através da graça de Deus em Cristo, esse entende que é Deus quem age no coração do homem (Rm 1.17; 8.1,15; 2Co 5.14-15, Ef 2.5-10), e isso, leva o homem justificado a alegrar-se, regozijar-se no amor de Deus derramado através de Cristo. Por isso, do versículo 6 a 8, o apóstolo Paulo, continua a falar da justificação pela fé em Cristo. Ele mostra que o pecador é absolvido da condenação do pecado quando esse busca refúgio em Deus, pois somente através do amor de Deus em Cristo, ele pode ser absolvido da culpa do pecado, é por isso, que ele usa a expressão “quando éramos fracos”.
Essa expressão “quando éramos fracos”, mostra que o homem era incapaz de resgatar-se dos efeitos da queda, mas Cristo, motivado pelo seu amor soberano e não por méritos humanos, morreu pelos pecadores, e isso é motivo de alegria, porque o homem estava perdido, porém Cristo o resgata. Isso fica mais evidente nos versículos 7 e 8, quando Paulo, fala sobre o morrer pelo ímpio e pelo justo.
O apóstolo mostra que Cristo veio à cruz, sabendo que iria sofrer por aqueles que eram cheios de maldad, pois as Escrituras Sagradas mostram que não existia bondade alguma no ser humano que pudesse ter atraído o amor de Cristo (Is 53.6), mostrando assim, a perversidade humana, em contraste com o amor justo e santo de Deus, que resgata o pecador do seu estado de rebelião, transformando-o em filho através de Cristo (Is 53.5; Rm 3.24; 4.25; 5.5; 1Jo 4.10), por isso, a alegria real o homem só encontra em Cristo, pois é uma realidade produzida em nós em conseqüência e como resposta a algo que aconteceu entre nós e Deus.  Essa alegria é um presente de Deus, e não um alvo a ser alcançada por si mesma.
            Podemos concluir lembrando que, a glória de ter alegria nunca é do homem, pelo contrário, sempre é do Rei da Glória, é o Senhor quem gera em nós o presente da alegria. Porque é por meio de Cristo que somos sustentados (Rm 5.1). É através de Cristo que iremos habitar com no paraíso celestial em eterna alegria. E enquanto não estamos no céu, toda sorte de tribulações, não são para nossa reprovação, pelo contrário são para aprovação daqueles que estão em Cristo (Rm 5.3-5; 8.28,37). Portanto, seja mais grato a Deus, porque a maior alegria que poderíamos receber ele já nos deu, a Salvação em Jesus Cristo, essa alegria é real, é eterna (Rm 5.11; 8.1).          

terça-feira, 11 de outubro de 2011

O Deus que Escolhe - Sproul

sábado, 8 de outubro de 2011

Atenção o Inferno é Real


O termo ímpio descreve aquele que não tem fé em Deus, ou seja, incrédulo. Na Bíblia o ímpio é descrito não somente, como aquele que não tem fé em Deus, mas principalmente em seu Filho Jesus Cristo. Por não crer em Cristo como seu único Salvador, a Bíblia mostra que o ímpio depois da morte, ira para um lugar chamado “inferno”.
O “inferno” é um lugar, onde os que lá estão, vivem exclusos da presença real de Cristo e em grande tormento, e sem livramento deste tormento (Mt 7.23, 25.41,46; Lc 16.19-31).  Porém, muitas pessoas não aceitam a realidade da existência do inferno, veja algumas objeções a respeito do inferno, e o que a Bíblia fala a respeito disso:
Deus é Amor: Muitos dizem “se Deus é amor” é impossível existir o inferno, porque o amor é maior.
A Bíblia mostra o seguinte: O amor de Deus não exclui a sua justiça, pois o Deus de amor também é o Deus justo. A justiça divina é estabelecida mediante a obstinada rejeição do seu amor através de Cristo (Jo 3.16-21; Sl 9.15-18).
Deus é Retidão: A retidão tem o significado de integridade no caráter, assim, Deus não puniria um pecado temporal com castigo eterno.
A Bíblia mostra o seguinte: Por ser integro em seu caráter, a justiça de Deus é estabelecida não na duração do crime, mas na ação maléfica do crime.
Ou seja, um crime cometido dentro de um minuto pode ganhar pena de cinqüenta anos, cem anos, ou em alguns países até prisão perpétua.
Portanto não é a duração que está sendo analisado, mas é o fato inquestionável, da desobediência e rebelião contra as ordenanças vindas da parte do Deus justo (2Pe 2.9; Hb 12.29).
Deus é Sabedoria: Portanto, Ele saberia que o castigo extremo não levaria a nada de proveitoso.
A Bíblia mostra o seguinte: Deus só pode continuar sendo Deus a menos que os seus atributos, incluindo sua justiça, sejam mantidos.
A perca deste princípio lógico significaria o fim tanto de Deus quanto do homem. Porque foi a manutenção da justiça divina, que levou Jesus Cristo à cruz como o Salvador, o Cordeiro Santo oferecido por nossos pecados, para nos trazer a paz, nos tornando justificados (Rm 1.18,24,26,28,32; 2.1-16; 2Ts 29-11).
Deus é Onipotente: Ele não permitirá que Satanás prenda em suas garras aqueles a quem criou. Pois até Satanás pode ser salvo.
A Bíblia mostra o seguinte: Deus não usa seu poder para arrastar os homens ao céu, de tal maneira que a responsabilidade humana perca seu valor. Um homem que voluntariamente rejeita a Cristo está perdido por causa do seu próprio pecado (Mt 7.13,14; 22.14; 25.10,41, 46; Jd 6).
Deus é o Criador: Como criados por Deus sabe que nós não aceitamos a idéia do castigo eterno, porque Ele não castigara sua própria criação.
A Bíblia mostra o seguinte: A rejeição da idéia do castigo eterno não vem da criação, mas da rebelião humana para com Deus. Prova disso, é que o homem incitado por sua natureza perversa preferiu Barrabás a Cristo (Mt 11.23; 27.15-26).
Deus é o Revelador: Em sua Palavra Ele não ensina que os ímpios irão para o inferno quando morrerem.
A Bíblia mostra o seguinte: A Bíblia fala a respeito do inferno tanto no Antigo Testamento como no Novo Testamento. O texto do Salmo 73.12-19 é um dos vários textos que mostra que o ímpio quando morre, mergulha em ruína, estando em terror constante.
O texto de Lucas 16.23,26 mostra que diante da sua morte, o ímpio desce para um lugar de tormentos eternos, do qual não há possibilidade alguma de fuga.
A revelação da Bíblia sobre o inferno é para que as pessoas acolham com gratidão a graça de Deus que se encontra em Jesus Cristo, graça essa que nos livra do inferno (Mt 5.29,30; 13.48-50).
Portanto, a Bíblia mostra que o inferno é uma realidade presente, e após a morte os ímpios, toda pessoa que não se rendeu a Cristo como seu único Salvador, estão para sempre condenados e os justos, claro aqueles que de fato são e estão em Cristo, estarão para sempre com Cristo no lar celestial. 

terça-feira, 4 de outubro de 2011

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

O que é a Verdadeira Adoração?


O que é a verdadeira adoração? A verdadeira adoração é aquela que se oferece a Deus pelo Espírito. Adoração bíblica é em espírito e em verdade, e isso exige temor a Deus, mas esse temor não é no sentido de medo, pelo contrário, é no sentido de conhecer profundamente o Ser de Deus e seus atributos. A Bíblia mostra o que é esse temor como adoração: Provérbio 14.26 mostra que o temor ao Senhor é amparo para o homem, e quando o homem entende que ele é amparado, cuidado por Deus, ele se rende a Deus em gratidão constante; Provérbio 14.27 mostra que o temor ao Senhor é fonte de vida, quando o homem entende isso, ele mais uma vez adora ao seu criador e sustentador, por causa das suas misericórdias que não tem fim; Provérbio 19.23 mostra que o temor ao Senhor conduz a vida, quando o homem entende isso, ele busca constantemente a presença de Deus e a sua justiça.
Porém, hoje os cultos estão mais centrados no homem do que na pessoa de Deus. Existe um formalismo e uma espontaneidade que cria confusão e desordem no entendimento das pessoas sobre o culto. As pessoas estão se esquecendo, que adoração é o transbordar de um coração grato, impulsionado pelo sentimento do favor divino. Assim, adoração exprime a riqueza que Deus representa para o adorador, pois, adoração significa render-se, servir, ter atos de reverência ao Deus eterno. Portanto, a essência do culto é o amor a Deus. O culto verdadeiro requer amor de todo o coração da parte do adorador para com Deus, porque o culto que agrada a Deus requer amor integral da mente, ocupando a mente, de uma maneira a envolver a meditação e consciência do homem.
A manifestação da graça divina na vida do homem é tão bela que, não há como o homem adorar ao Deus Eterno sem o auxílio divino do mesmo. Pois é o Senhor quem produz arrependimento em nosso coração, porque adoração sem arrependimento não é adoração. Quando existe arrependimento em nosso coração produzido pela graça divina, o nosso ser se enche de sentimentos de gratidão e louvor a Deus, por tudo o que Ele fez em nós, por tudo que Ele faz, mas principalmente por tudo que Ele é.
É importante ressaltar também que sem a exposição da Palavra de Deus a adoração não se torna completa. As Sagradas Escrituras são o nosso manual de adoração. Nelas descobrimos a revelação única de Deus, o princípio meio e fim de tudo o que existe nesse mundo. Nas Escrituras deparamos com o essencial na adoração e com a distinção básica entre a forma e a realidade. Assim vemos que a evangelização ocorre de corações que adoram ao Senhor de verdade manifestada em sua Palavra revelada a nós. Podemos então concluir, que adoração verdadeira é aquela centrada na Bíblia, pois ela revela como o Deus Eterno deve ser adorado.