Gosto do capítulo 1 de Colossenses, pois apresenta quatro relações importantes a respeito de Jesus Cristo: a) Sua relação com a divindade – Ele é a imagem do Deus invisível, em quem habita toda a plenitude. b) Sua relação com a criação – Ele é o criador e o sustentador. c) Sua relação com a salvação – Ele é o redentor e o agente da reconciliação. d) Sua relação com a igreja – Ele é o cabeça da igreja. O texto é bem claro, mostra que Jesus não é apenas uma pessoa importante, o que vemos é que Ele é a origem da criação e também da nova criação, é antes da criação, é a origem da criação, está acima e além da criação, é o sustentador da criação e é o alvo da criação.
Cristo é o cabeça da igreja e o agente da nossa salvação, age no céu e na terra (v. 18). A palavra “cabeça” significa fonte e origem. A igreja não tem vida sem Jesus. Estávamos mortos. Ele nos deu vida. Só temos vida se estamos ligados a ele. Cristo é a fonte de poder, alegria e vida da igreja. Sem Cristo nada podemos fazer. A palavra “cabeça” significa também aquele que governa, controla e dirige. A igreja não tem outro cabeça. Só Cristo é o cabeça da igreja, Ele é o fundamento, o edificador, dono e protetor da igreja (Mt 16.18). Como cabeça é aquele que recebe honra e que tem autoridade para comandar. Jesus Cristo constitui-se também, como a fonte sustentadora da Igreja. A igreja tem sua origem e é sustentada em Cristo. É Jesus quem supre a igreja através dos dons e através do poder do Seu Espírito e da sua Palavra. A Igreja é edificada, quando entende que Jesus é o vencedor da morte, não apenas ressuscitou como outras pessoas, Ele arrancou o aguilhão da morte, ou seja, venceu a morte (Jo 11.25; Ap 1.18).
Assim como o universo é a criação de Cristo, a igreja é a nova criação de Cristo. Ele não é um herói morto ou um fundador do passado, mas o autor da vida e o conquistador da morte. Quem nele crê não teme a morte. Quem nele crê não morre eternamente. Quem nele crê é vencedor da morte. O triunfo de sua ressurreição lhe deu preeminência em todo o universo. Ele é o Senhor da vida, a fonte e origem da igreja, aquele que dirige a igreja. Apocalipse 5 nos mostra que só ele foi encontrado digno de abrir o livro e desatar-lhe os selos. E quando ele recebe o livro, todo o céu se prorrompe em louvor ao Cordeiro preeminente. Ele é preeminente na criação, na salvação e na igreja. A palavra “plenitude” é a soma total de todo o divino poder e atributos. Paulo usou essa expressão oito vezes nesta carta, para mostrar-nos, que toda a plenitude da divindade, dos atributos divinos reside em Cristo. A palavra não significa uma residência temporária, mas uma habitação necessária e permanente. É estar em casa permanentemente. A plenitude não foi alguma coisa acrescentada a Cristo que ele não tinha naturalmente, mas a plenitude sempre foi parte do seu ser (Jo 1.16; Cl 2.3,9).
Quando lemos a Bíblia, vemos que o homem estava longe, perdido, cego, inimigo, morto, sem Deus. Mas Deus sendo rico em misericórdia tomou a iniciativa de nos reconciliar consigo mesmo (2Co 5.18-19). Não fomos reconciliados pela vida de Cristo, pelos seus ensinos, exemplo e milagres. Fomos reconciliados pela sua morte, pelo seu sacrifício substitutivo na cruz. A cruz de Cristo revela o poder, a santidade, a justiça e o amor de Deus (Sl 85.20). A cruz não foi um fracasso, mas vitória, pois ela ocupa lugar central no evangelho (Gl 6.14; 1Co 1.21-23; Gl 1.19-20). Não foi o sacrifício de Cristo que mudou o coração de Deus. Mas a cruz foi o resultado do amor de Deus. Na cruz Deus mostrou seu repúdio ao pecado e seu amor ao pecador, pois foi na cruz que Deus puniu os nossos pecados em seu Filho (2Co 5.21). Com a entrada do pecado no mundo, todo o universo foi afetado (Rm 8.22). Assim, a cruz de Cristo, traz restauração para toda a criação (Ef 1.10).
Portanto, a cruz de Cristo, nos dá Paz com Deus (v. 20), pois nossa relação com Deus foi restaurada. Fomos justificados, por isso, temos paz com Deus, porque o muro da separação foi quebrado. E o propósito desta reconciliação não é que continuemos rebeldes, mas sejamos mudados interiormente através da santidade (v. 22). Olhar para cruz de Cristo gera em nós esperança da glória (v. 23; Cl 1.5, 23, 27; Jo 17.24; Rm 8.18,30). Não se esqueça que a esperança da glória, fundamenta-se em Jesus Cristo a origem de todas as coisas do universo e da nova criação. E sendo a origem de todas as coisas, Jesus toma conta de todas as coisas. Ele é tudo o que nós necessitamos, pois em Jesus Cristo temos vida, reconciliação, paz com Deus, santidade e esperança da glória.
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