Ao refletir sobre a batalha contra a tentação sexual, o cristão deve se lembrar que esta guerra acontece no íntimo de cada um. É no coração que ela é intensamente travada (Mt 5.27-30). Existe algo mais importante do que preservar uma mão, um olho, uma cabeça ou mesmo uma família, a preservação da vida eterna que Deus concede em Cristo.
Assim, em sua maravilhosa graça, Deus nos ensina dois princípios básicos sobre a sexualidade em sua Palavra revelada. Em primeiro lugar, a sexualidade foi projetada por Deus como um meio de o conhecermos melhor. Isto não significa que Deus queira ter relações sexuais com o ser humano, pois esse tipo de pensamento é característico dos adoradores de Baal e das religiões gregas. Isto também não significa que a prática sexual prescinde a necessidade do conhecimento de Deus por meio de sua revelação especial, nem tão pouco que devemos elevar o ato sexual à posição de sacramento ou meio de graça. O que o ser humano necessita entender, é que Deus não é um ser sexual, mas escolheu comunicar-se conosco sobre o seu caráter incompreensível usando figuras que nos são familiares (Os 2.14-20; Ez 16.4-37; Jr 3.14 e 20; 1Co 6.16-17; 2Co 12.2; Ef 5.31-32; Ap 19.9 e 21.1-4). Portanto, a perversão da sexualidade distorce o conhecimento verdadeiro de Deus. E toda corrupção sexual serve para obscurecer a verdade sobre Cristo.
Em segundo lugar, o conhecimento verdadeiro de Deus nos protege e nos auxilia na preservação de nossa intimidade sexual. Muitos podem discordar desse ponto, devido ao fato de que pastores, teólogos, presbíteros e outros líderes eclesiásticos, têm sido envolvidos em escândalos sexuais. O conhecimento que Deus espera que os seus servos tenham de si é o conhecimento íntimo e verdadeiro. Esse conhecimento é muito mais do que ciência intelectual, pois o teólogo, pastor ou líder que conheça a Deus apenas intelectualmente, não o conhece intimamente a luz das Escrituras Sagradas, e de uma vida de devoção através da oração e consagração.
Quando se tem esse verdadeiro conhecimento de Deus, somos capacitados a vivermos uma vida de pureza e santidade com a nossa sexualidade (Jo 8.31-32; 1Ts 4.3-5; 2Pe 1.3-4), por outro lado quando não se tem esse verdadeiro conhecimento de Deus, a nossa vida resulta em corrupção da nossa sexualidade (Rm 1.28; Ef 4.22; 1Pe 1.14-16). Assim, os desejos que dominam o coração daqueles que rejeitam o conhecimento de Deus são enganadores, porque aqueles que conhecem a Cristo sabem possuir o corpo de uma forma que agrada a Deus. Portanto, toda perversão da sexualidade resulta da rejeição do conhecimento de Deus, porque o verdadeiro conhecimento de Cristo serve para prevenir contra a corrupção da nossa sexualidade.
Podemos concluir o nosso pensamento a respeito da Sexualidade Humana á luz da Bíblia, lembrando algo que falamos no começo da semana, que embora a Bíblia não seja um Manual de Sexo, ele tem muito a dizer sobre o assunto. Assim, a perspectiva bíblica sobre esse tema é que Deus criou o sexo para ser desfrutado prazerosamente por seus servos e que a união sexual é mais do que um vínculo físico, mas inclui até uma dimensão espiritual (1Co 6.16-17). O ato sexual, na perspectiva bíblica, é um exercício de comunhão. Todavia, há algumas coisas que devemos lembrar. Primeiramente, existem muitos problemas sexuais na vida conjugal cuja origem está em outras áreas, tais como: Culpas não resolvidas – Nossos pecados nos perseguem e nossa consciência nos acusa ou nos defende (Nm 32.23; Sl 32.3-4; Rm 2.15); Relações sexuais ilegítimas, tanto no passado quanto no presente. Dentre estas, o envolvimento com a pornografia e o adultério virtual; O egoísmo e a dureza do cônjuge que não quer se render ao prazer do outro (1Co 7.3); O estresse e o cansaço diário – Sexo começa quando acordamos e dizemos ao nosso cônjuge “Bom dia meu amor”; A ignorância e a falta de informação, pois esquecemos que homem e mulher são diferentes fisicamente e psicologicamente.
Em segundo lugar, o vínculo da perfeição é o amor e não o prazer genital. Sexo sem amor atenta contra o propósito divino para o mesmo. Por isso, existem vários princípios bíblicos que podemos usar para vencer a tentação sexual ao nosso redor (veja os sugeridos por John Piper em seu artigo Estratégias para Combater o Pecado Sexual – www.monergismo.com)
Nenhum comentário:
Postar um comentário