O Salmo 51 é o registro da agonia da alma de Davi, após o seu terrível crime de adultério e assassinato. Davi viu, cobiçou, adulterou e tentou esconder o seu pecado. Ele usou quatro planos para encobrir o seu pecado: a) Dar férias ao marido de Bate-Seba.; b) Dar um banquete ao marido de Bate-Seba; c) Encomendar a morte do marido de Bate-Seba; d) Casar-se com Bate-Seba para esconder a gravidez. Tudo parecia perfeito. Todas as provas do pecado foram aparentemente destruídas. Só uma coisa ele não contavam: É que Deus estava vendo: “porém esta coisa que Davi fez pareceu mal aos olhos do Senhor” (2 Sm 11.27). Deus envia a Davi o profeta Natã. Ele conta um parábola. Davi lhe diz: “Este home deve morrer”. Natã lhe responde: “Tu és o homem”. Davi, então, é tomado por um sentimento de culpa e horror. E foi nessa condição que ele escreveu o Salmo 51. Aqui Davi reconheceu o seu pecado, arrependeu-se. Davi teve a absoluta certeza que necessitava de arrependimento, porque o seu pecado estava consumindo a sua alma. Enquanto Davi não confessou o seu pecado, a sua vida murchou, os seus ossos secaram, a alegria de salvação foi embora, porque a mão de Deus pesava sobre ele de dia e de noite. Meu irmão, não existe libertação, cura nem restauração, onde não há arrependimento. Por isso, o primeiro passo da restauração é reconhecer o pecado que atrapalha nossa comunhão com Deus (v. 3). Davi por um tempo escondeu o seu pecado. Mas isso estava arruinando a sua vida. Ele, então, olhou de uma maneira séria o que havia feito. Convicção de pecado é o primeiro passo para a restauração. Não há esperança de perdão e restauração, enquanto você não reconhecer o seu pecado. Não olhe para os outros. Não julgue nem culpe os outros. Seja honesto com você mesmo. Pare de argumentar e se justificar. Faça como Davi: “Eu conheço as minhas transgressões” (v. 3). Faça como o filho pródigo: “Pai eu pequei contra os céus e diante de Ti”. O segundo passo da restauração é reconhecer o que nós temos feito (v. 1-2). Davi admite que foi rebelde. Sua própria vontade prevaleceu. Ele foi governado por um desejo lascivo. Fez o que a sua consciência reprovava. Foi um ato deliberado de desobediência, uma violação da autoridade divina. Examine seu coração. Há coisas pervertidas também: ciúme, inveja, malícia, impureza. O terceiro passo da restauração é confessar que tudo isso é feito contra Deus e diante de Deus (v. 4). Davi chama a atenção para a circunstância de seu pecado, embora fosse cometido contra o homem, tendo sido ocultado da vista humana, porém não da vista de Deus “Contra ti somente pequei”. Porque sempre que pecamos contra alguém, estamos pecando contra Deus que criou esse alguém. Estamos ferindo alguém amado por Deus. Davi violou sua consciência, desobedeceu a Palavra, ultrajou a santidade de Deus, escarneceu do seu amor, pisou na sua graça, cuspiu em sua bondade. Sempre que pecamos, a nossa consciência nos angustia, porque violamos a lei de Deus, pecamos contra Deus, traímos a Deus. O quarto passo da restauração é o reconhecimento de que não temos nenhuma desculpa nem direito (v. 4b). Davi está admitindo que o seu pecado foi resultado da sua teimosia. Reconhece que está totalmente errado. Nada tem a pleitear a seu favor. Enquanto você tentar se justificar, você não terá dado provas de arrependimento. O arrependimento é o reconhecimento de que você não merece nada senão o juízo. É como o publicano que bate no peito e diz: “Sê propício a mim, pecador”. Davi mostra que todo e qualquer pecado que cometemos é de inteira responsabilidade nossa e nunca de Deus. O último passo da restauração é reconhecer que a nossa natureza é essencialmente má ( v. 5). Davi reconhece que a razão de ter pecado não é o mundo fora dele, não é a beleza do corpo de Bate-Seba, é o seu coração sujo que está corrompido. O nosso maior problema somos nós. Não é simplesmente a guerra, é o nosso coração perverso. Não é a injustiça social, é o nosso coração avarento. Quando percebemos esta verdade a nosso respeito, a única coisa que podemos fazer é clamar como Davi: “Tem misericórdia de mim, ó Deus”. Depois de ver que necessitava de arrependimento, porque o seu pecado estava consumindo a sua alma, Davi teve um profundo desejo pelo perdão de Deus “Tem misericórdia de mim, ó Deus”. É preciso ter profunda consciência do seu estado e condição (v. 1). Davi estava aflito, sua alma estava desassossegada, seus ossos doem, seu choro é constante. A mão de Deus está pesando sobre ele. Então ele clama: “Tem misericórdia de mim, ó Deus”. É preciso também ter profundo desejo do perdão divino (v. 1b). Davi tem consciência da sua culpa. Ele não fugiu de Deus, ele correu para Deus. Ele desejou ser perdoado e purificado. É preciso ter profunda consciência da nossa total impotência (v. 16). Quando a consciência acorda é uma coisa tremenda. Mais cedo ou mais tarde a consciência de todo homem despertará. Às vezes, ela só desperta no leito da morte. Outras vezes, só depois da morte (Lc 16.19-31). A consciência do homem rico só despertou no inferno. É preciso ter uma nova atitude para com Deus (v. 1,17). A pessoa contra quem Davi pecou é Deus, mas a pessoa que ele deseja acima de tudo é Deus. Isso é o que faz diferença entre arrependimento e remorso. Quando Adão pecou, ele fugiu de Deus. Quando Judas pecou, ele abandonou a Cristo. Muitos ao pecarem deixam a Deus, a igreja, a Bíblia, a oração. Fogem de Deus. Esse é o caminho oposto do arrependimento. Mas Davi quer Deus. Ele sabe que só Deus pode restaurá-lo. Ele sabe que Deus é benigno, misericordioso e perdoador. Davi sabe que Deus não rejeita quem tem o coração quebrantado. Nós sabemos mais ainda. A cruz foi onde Jesus morreu pelos nossos pecados. Quando nos voltamos para a cruz, encontramos uma fonte de cura, restauração e perdão. Se confessarmos os nossos pecados, Deus é fiel e justo para nos perdoar e nos purificar. O homem que não percebe que precisa de perdão não é cristão. Depois de ver que necessitava de arrependimento, porque o seu pecado estava consumindo a sua alma, Depois de um profundo desejo pelo perdão de Deus, Davi entendeu que necessitava de um novo coração (v.10). Esse é o nosso real problema. O nosso coração está errado. O que você precisa não é apenas de mais conhecimento, mas de um novo coração. Você não pode corrigir a você mesmo. Por isso, eis algumas Razões para termos um novo coração: Por causa da nossa natureza pecaminosa (v. 6). Nosso coração é enganoso e corrupto. Não podemos confiar em nós mesmos. Davi percebe que não dá para fugir de Deus, pois ele vê coração. Ele quer a verdade no íntimo. Não adianta fingir nem usar máscara; Por causa da nossa falta de sabedoria (v. 6b). Precisamos de discernimento de Deus para não errarmos, para não tomarmos decisões através da carne; Por causa da nossa incapacidade de mudarmos a nós mesmos (v. 10). O problema de Davi não é Bate-Seba, é o seu coração. Não é o mundo, é o seu coração. Ele sabe que só Deus pode dar um novo coração (2 Co 5.17). Quando existe arrependimento, a restauração acontece. A tristeza é convertida em grande alegria (v. 8,12). Essa alegria é a alegria de Deus. É a alegria da salvação, é alegria do céu. O seu pecado roubou dele temporariamente essa alegria. O pecado é um ladrão de alegria. Desejo de viver para a glória de Deus, testemunhando para os demais as maravilhas divinas (v. 13-15). Davi quer agora viver para agradar a Deus e não aos seus próprios desejos. Em vez de pedra de tropeço, instrumento de bênção para os outros. Davi não quer mais viver nas trevas, quer revelar aos outros a luz de Deus. O perdoado é aquele que não se contenta em apenas ter a bênção para si, ele quer ser portador dessa bênção para os outros. Amado, se você afastou-se de Deus e perdeu a alegria da salvação, é hora de retornar aos braços do Pai. Você pode agora, voltar-se para Deus e confessar seu pecado e receber a restauração do Senhor para sua vida.
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