sexta-feira, 2 de abril de 2010

Implicações do Ensino Bíblico sobre a Santidade do Sexo


Ao refletir sobre a batalha contra a tentação sexual, o cristão deve se lembrar que esta guerra acontece no íntimo de cada um. É no coração que ela é intensamente travada (Mt 5.27-30). Existe algo mais importante do que preservar uma mão, um olho, uma cabeça ou mesmo uma família, a preservação da vida eterna que Deus concede em Cristo.
Assim, em sua maravilhosa graça, Deus nos ensina dois princípios básicos sobre a sexualidade em sua Palavra revelada. Em primeiro lugar, a sexualidade foi projetada por Deus como um meio de o conhecermos melhor. Isto não significa que Deus queira ter relações sexuais com o ser humano, pois esse tipo de pensamento é característico dos adoradores de Baal e das religiões gregas. Isto também não significa que a prática sexual prescinde a necessidade do conhecimento de Deus por meio de sua revelação especial, nem tão pouco que devemos elevar o ato sexual à posição de sacramento ou meio de graça. O que o ser humano necessita entender, é que Deus não é um ser sexual, mas escolheu comunicar-se conosco sobre o seu caráter incompreensível usando figuras que nos são familiares (Os 2.14-20; Ez 16.4-37; Jr 3.14 e 20; 1Co 6.16-17; 2Co 12.2; Ef 5.31-32; Ap 19.9 e 21.1-4). Portanto, a perversão da sexualidade distorce o conhecimento verdadeiro de Deus. E toda corrupção sexual serve para obscurecer a verdade sobre Cristo.
Em segundo lugar, o conhecimento verdadeiro de Deus nos protege e nos auxilia na preservação de nossa intimidade sexual. Muitos podem discordar desse ponto, devido ao fato de que pastores, teólogos, presbíteros e outros líderes eclesiásticos, têm sido envolvidos em escândalos sexuais. O conhecimento que Deus espera que os seus servos tenham de si é o conhecimento íntimo e verdadeiro. Esse conhecimento é muito mais do que ciência intelectual, pois o teólogo, pastor ou líder que conheça a Deus apenas intelectualmente, não o conhece intimamente a luz das Escrituras Sagradas, e de uma vida de devoção através da oração e consagração.
Quando se tem esse verdadeiro conhecimento de Deus, somos capacitados a vivermos uma vida de pureza e santidade com a nossa sexualidade (Jo 8.31-32; 1Ts 4.3-5; 2Pe 1.3-4), por outro lado quando não se tem esse verdadeiro conhecimento de Deus, a nossa vida resulta em corrupção da nossa sexualidade (Rm 1.28; Ef 4.22; 1Pe 1.14-16). Assim, os desejos que dominam o coração daqueles que rejeitam o conhecimento de Deus são enganadores, porque aqueles que conhecem a Cristo sabem possuir o corpo de uma forma que agrada a Deus. Portanto, toda perversão da sexualidade resulta da rejeição do conhecimento de Deus, porque o verdadeiro conhecimento de Cristo serve para prevenir contra a corrupção da nossa sexualidade.
Podemos concluir o nosso pensamento a respeito da Sexualidade Humana á luz da Bíblia, lembrando algo que falamos no começo da semana, que embora a Bíblia não seja um Manual de Sexo, ele tem muito a dizer sobre o assunto. Assim, a perspectiva bíblica sobre esse tema é que Deus criou o sexo para ser desfrutado prazerosamente por seus servos e que a união sexual é mais do que um vínculo físico, mas inclui até uma dimensão espiritual (1Co 6.16-17). O ato sexual, na perspectiva bíblica, é um exercício de comunhão. Todavia, há algumas coisas que devemos lembrar. Primeiramente, existem muitos problemas sexuais na vida conjugal cuja origem está em outras áreas, tais como: Culpas não resolvidas – Nossos pecados nos perseguem e nossa consciência nos acusa ou nos defende (Nm 32.23; Sl 32.3-4; Rm 2.15); Relações sexuais ilegítimas, tanto no passado quanto no presente. Dentre estas, o envolvimento com a pornografia e o adultério virtual; O egoísmo e a dureza do cônjuge que não quer se render ao prazer do outro (1Co 7.3); O estresse e o cansaço diário – Sexo começa quando acordamos e dizemos ao nosso cônjuge “Bom dia meu amor”; A ignorância e a falta de informação, pois esquecemos que homem e mulher são diferentes fisicamente e psicologicamente.
Em segundo lugar, o vínculo da perfeição é o amor e não o prazer genital. Sexo sem amor atenta contra o propósito divino para o mesmo. Por isso, existem vários princípios bíblicos que podemos usar para vencer a tentação sexual ao nosso redor (veja os sugeridos por John Piper em seu artigo Estratégias para Combater o Pecado Sexualwww.monergismo.com)

quinta-feira, 1 de abril de 2010

A Perspectiva Bíblica sobre o Sexo


 A Bíblia aborda a sexualidade humana de uma perspectiva vista através do propósito de Deus para os ser humano. As Escrituras Sagradas mostram que o fim principal do homem é glorificar a Deus e desfrutá-lo para sempre. Assim o universo material é muito limitado para oferecer satisfação última ao ser humano. Deus criou o homem e colocou a eternidade no seu coração e, portanto, somente a comunhão com Deus pode trazer-lhe real satisfação (Mt 6.9-21). Portanto, todas as coisas nesta vida só são corretamente desfrutadas quando exercitadas sob a perspectiva do Criador e Senhor de tudo e de todos, isso é válido também para a sexualidade humana (1Co 6.13).
Desta maneira, através de uma perspectiva bíblica, podemos dizer que a espiritualidade humana define o exercício da sexualidade humana. Neste sentido, há que se entender que o sexo é um assunto com implicações espirituais. A tentativa de divorciar espiritualidade de sexualidade prejudica a compreensão humana da questão (1Co 6.15). Além do mais, toda a distorção sexual ao nosso redor tem origem espiritual e não apenas cultural. Isso fica evidente, quando o apóstolo Paulo, escrevendo aos romanos, ensina que a expressão da rebelião moral do homem contra Deus se dá através de um formato sexual (Rm 1.20-26). Portanto, a pressão sexual vinda da erotização social é um elemento de batalha espiritual contra a qual cada cristão está envolvido.
As igrejas Protestantes entendem que a Bíblia estabelece a bênção da sexualidade como originada em Deus. Pois, o sexo é um presente de Deus para o ser humano, pois foi ele quem criou o ser humano e ordenou “Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra” (Gn 1.28). O prazer sexual, portanto, não deve ser divorciado do reconhecimento de Deus como o Autor da bênção. Assim, adorar a bênção ao invés do Autor da mesma resulta em danos espirituais e sociais incalculáveis para o ser humano, isso é igual ao que os israelitas fizeram com a serpente de bronze (2Re 18.4). Portanto, acusar o sexo de ser algo sujo ou imundo é difamar a criação de Deus e deixar de dar-lhe a glória devida. O que torna o sexo impuro é quando o mesmo é usado como um instrumento para expressar a rebeldia humana e a ofender ao Criador.
Podemos ver que a intimidade sexual foi especialmente planejada por Deus para completar o casal no matrimônio. Pois, o ser humano foi criado como homem e mulher e a união dos dois resulta na maior complementaridade possível durante a vida terrena. Esse senso de complementaridade não é obtido na prática do sexo fora do casamento, porque sexo fora do matrimonio, é sinônimo, de culpa, frustração, insegurança, etc.
Dessa maneira, não é correta a atitude de alguns cristãos de tentar matar o desejo sexual. Porque a Bíblia não incentiva a matar o desejo sexual, mas a direcioná-lo ao matrimônio (Pv 5.8-21), pois as Escrituras afirmam que Deus é o vingador contra toda a impureza e defraudação na área do sexo fora do matrimônio, pois o corpo pertence a Deus (1Ts 4.3-8). Portanto, o cristão deve tomar cuidado, porque a cultura contemporânea separa os casais e destrói a unidade própria do ato sexual, através do adultério, pornografia, homossexualismo, etc. Por isso, a Bíblia mostra que o exercício sexual seja constante na vida do casal (1Co 7.1-6).
Através de uma perspectiva bíblica com respeito à sexualidade humana, aprendemos que a Bíblia mostra as bênçãos provenientes da intimidade sexual do casal que busca estar no centro da vontade de Deus. É interessante observar que o livro de Cantares não menciona nenhuma criança, nem atividades estressantes, mas apenas o deleite do casal. Ali em cantares o casal é exortado a desfrutar da intimidade sexual com criatividade e com intensidade. Ao afirmar que o homem e a mulher se tornam uma “só carne” (Gn 2.24), notamos que isso ocorre através da intimidade sexual no casamento (Gn 24.67 e 2Sm 12.24). Por isso, o objetivo de Deus para a atividade sexual envolve também a multiplicação. Maridos e esposas que se privam desta bênção andam por caminhos que não agradam o Senhor e não desfrutam do “todo resultante da atividade sexual”. Esta é a razão pela qual as Escrituras afirmam que os filhos são herança e galardão da parte de Deus (Sl 127.3).
Portanto, a perspectiva bíblica a respeito da sexualidade humana deixa claro que Deus chamou os seus filhos e filhas à santidade e pureza antes que à felicidade impura (1Co 6.18 e 1Ts 4.3). Um prazer impuro resulta em tormentos, aflições e tormentos dos quais poderíamos ser poupados, porque sexo pode ser comparado a um rio, ou seja, em seu curso é uma bênção, mas quando se desvia do seu leito traz inundações, destruição e mortes.